A Confederação Intersindical Galega (CIG) protesta há vários anos contra a desigualdade que prevalece no sector e que, em seu entender, o Abanca pretende perpetuar através do Plano de Igualdade.
Durante a acção de protesto desta segunda-feira, os presentes gritaram palavras de ordem exigindo «igualdade real, medidas contra a desigualdade salarial e respeito pelo direito à conciliação», informa a central sindical na sua página de Internet.
Paula Mosquera, delegada da CIG e representante da central na comissão de negociação do Plano de Igualdade, denunciou que a desigualdade no Abanca é «crónica», nunca se tendo tomado «medidas para a corrigir». Pelo contrário, o banco insiste nas discriminações salariais, uma vez que os sistemas de retribuição variáveis que aplica aprofundam as divergências, em favor dos homens, acusou.
A delegada sindical criticou o Abanca por ter promovido a negociação e a assinatura do Plano de Igualdade, que a CIG não aprovou, «a toda a pressa», sem incluir «medidas concretas para acabar com a desigualdade salarial, nem medidas para promover a progressão das mulheres na carreira profissional».
«Além disso, as medidas de conciliação incluídas não são aplicadas na prática», denunciou Paula Mosquera, tendo acrescentado que o banco está a recusar, por sistema, todas as adaptações de horário e a colocar enormes dificuldades, de modo a desincentivar os trabalhadores.
«Apesar da publicidade que lhe é dada pela empresa, temos um Plano de Igualdade que é letra morta e não soluciona os persistentes problemas de desigualdade», denunciou, citada pelo portal da CIG.
CIG quis entender causas para resolver problemas; empresa, nem por isso
Para tentar fazer frente a estas situações, a central sindical solicitou ao banco que procedesse à análise das causas que levam a que «as mulheres fiquem nos postos base e não subam» ou que permitissem entender «porque é que, quando têm filhos, vêem as suas carreiras abreviadas».
No entanto, refere a organização sindical, a empresa não atendeu a esta solicitação, «tendo inclusive negado esta realidade». Mosquera sublinha que «os dados são objectivos e estão aí», acrescentado que uma auditoria apresentou «números demolidores, que nem sequer o Abanca esperava».
Segundo esses dados, a desigualdade salarial é superior a 24% na retribuição variável, «ainda que, curiosamente, não atinja os 25% que a legislação permite». Uma desigualdade e uma discriminação que, destaca a CIG, se agravam, na medida em que o encerramento de sucursais tem levado à extinção de postos de trabalho em que os cargos de maior responsabilidade eram desempenhados por mulheres (como subdirecções ou direcções de agências).