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|Venezuela

«Na Venezuela os estadistas não se autoproclamam, nem são impostos por Washington»

A embaixadora da Venezuela na Bolívia afirmou que no seu país há um presidente eleito democraticamente, sublinhando que a direita, que não quis participar nas eleições, sem apoio, recorre ao golpismo.

Manifestação de apoio a Nicolás Maduro e em defesa da soberania, esta quarta-feira, 23 de Janeiro, em Caracas
Manifestação de apoio a Nicolás Maduro e em defesa da soberania, esta quarta-feira, 23 de Janeiro, em Caracas Créditos / Twitter

Numa entrevista à Prensa Latina, Chris González, embaixadora da Venezuela na Bolívia, alertou para os planos intervencionistas dos Estados Unidos contra o seu país, em cumplicidade com aquilo que designou como «cartel de Lima» [em alusão ao Grupo de Lima].

«O mais terrível é [ver] como as aves de rapina se vão juntando à decisão tomada pelos EUA de intervir na Venezuela, de impor um golpe de Estado», afirmou a diplomata, frisando, ao mesmo tempo, que a administração norte-americana «mostra desespero», na medida em que «não tem uma oposição dentro da Venezuela capaz de juntar as pessoas, com o apoio da maioria».

Referindo-se à autoproclamação de Juan Guaidó – máximo representante do partido de extrema-direita Voluntad Popular, com ligações amplamente expostas a acções de grupos violentos em 2017 na Venezuela – como presidente interino do país, a embaixadora sublinhou a profunda ingerência por parte dos EUA.

«Foi o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que tomou a decisão de que, neste 23 de Janeiro, uma data tão importante para nós, se fizesse tamanha barbaridade», denunciou.

A este respeito declarou que «na Venezuela os estadistas não se autoproclamam, nem são impostos por Washington; temos um presidente eleito democraticamente», sublinhando que os venezuelanos «não darão o seu braço a torcer, pois ninguém lhes pode decretar, a partir do estrangeiro, um presidente anticonstitucional».

Uma manobra que pode incendiar a região

Chris González sublinhou os múltiplos perigos que esta «manobra» traz para a região, alertando que o propósito de Washington de controlar os recursos estratégicos de toda a zona Norte da América do Sul pode provocar «um incêndio» em vários países.

Lembrando o que «estes defensores da liberdade» fizeram na Líbia, no Afeganistão, na Síria – «onde fracassaram mas, à sua passagem, deixaram mais de 500 mil mortos e uma grande destruição material» –, a diplomata disse que «o mesmo pode acontecer na América Latina» e, por isso, fez um apelo aos povos, às organizações sociais e partidos políticos «para que travem esta manobra».

Venezuela corta relações diplomáticas com os EUA

Em resposta às pretensões da Casa Branca de impor um governo paralelo no país sul-americano, Nicolás Maduro anunciou, perante milhares de pessoas reunidas frente ao Palácio de Miraflores, em Caracas, a ruptura de relações diplomáticas e políticas com os EUA, tendo dado 72 horas a todo o pessoal diplomático e consular norte-americano para abandonar o país.

A decisão foi tomada num dia de grandes mobilizações anti-imperialistas, em Caracas e noutros pontos do país, em defesa da soberania e em apoio ao presidente da República, Nicolás Maduro. Este disse à direita «golpista, intervencionista que não se fie no império gringo; eles não têm amigos, têm interesses e ambições pelo petróleo, o gás e o ouro venezuelano».

«Peço a todo o povo da Venezuela que defenda activamente o direito à paz, à concórdia e à tranquilidade. Digamos não à guarimba (acções de violência política nas ruas) e ao golpismo», declarou o chefe de Estado, que instou também o povo «a manter-se unido e a não se deixar intimidar perante as tentativas constantes de agressão».

Guaidó, à frente de um órgão «em desobediência», autoproclama-se presidente

Nicolás Maduro, o presidente da República Bolivariana da Venezuela, eleito com 67,84% dos votos nas eleições realizadas em Maio de 2018, sublinhou que os EUA «dirigem uma operação para promover um golpe de Estado com um governo-fantoche» no país, já depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter reconhecido Juan Guaidó – actual presidente da Assembleia Nacional (AN) venezuelana – como o presidente interino do país sul-americano.

A AN venezuelana permanece em situação de «desobediência» perante o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) desde 2016, depois de ter juramentado, ilegalmente, três candidatos a deputados do Amazonas acusados de participar num processo fraudulento (compra de votos). O STJ declarou então que, enquanto a juramentação ilegal referida continuasse vigente naquela assembleia, todos os seus actos seriam considerados «nulos».

Ou seja, Juan Guaidó, que ontem se autoproclamou presidente interino da Venezuela, garantindo, nessa qualidade, que assumiria as competências do governo do país, não só não concorreu às eleições presidenciais – pertence à oposição que, em Fevereiro do ano passado, boicotou um acordo de convivência com o governo, após meses de negociações na República Dominicana –, como preside a um órgão cuja situação de «desobediência» se arrasta, actuando à margem da lei e da Constituição do país.

Guaidó «autoproclamou-se» no decorrer de uma marcha antichavista, convocada pela direita submissa aos interesses de Washington.

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