Em declarações a um canal de televisão, o Procurador-Geral da República, Tarek William Saab, disse que «todos os casos estão a ser investigados pelo Ministério Público (MP) e terão conclusões definitivas».
Saab acrescentou que, na sequência da tentativa de golpe de Estado, promovido pelo deputado da oposição Juan Guaidó e pelo agora foragido Leopoldo López, com o apoio de Washington, o MP emitiu 18 mandados de detenção para civis e militares.
«Naquele dia vimos deputados e alguns oficiais com a patente de tenente-coronel a actuar à margem da lei. Entre eles, destaca-se o que era chefe do Destacamento da Guarda Nacional Bolivariana no Palácio Legislativo, Ilich Sánchez Farías», afirmou.
Sánchez enganou as suas tropas ao dizer-lhes que iriam levar a cabo uma operação de rotina e levou-as para o Distribuidor Altamira, em Caracas, onde se encontravam, a liderar as manobras, Juan Guaidó e Leopoldo López, dirigentes do partido de extrema-direita Voluntad Popular, refere a Prensa Latina.
Na entrevista, Saab criticou os dirigentes do partido da oposição por promoverem um golpe de Estado, fazerem um apelo à sublevação e ao não reconhecimento do presidente Nicolás Maduro, para depois irem para suas casas ou procurarem refúgio junto de representações diplomáticas, sem reconhecerem o fracasso perante os seus apoiantes.
«Quando o seu apelo não teve a adesão esperada, no dia 30 de Abril, foram para casa procurar instigar uma acção subversiva no 1.º de Maio, que não teve eco», afirmou o procurador, sublinhando que o MP, agindo de acordo com «a Lei e a Constituição, na defesa da paz e da estabilidade da República», irá levar todos os responsáveis à Justiça.
Neste sentido, precisou que o Ministério Público emitiu «até este momento 18 mandados de detenção para civis e militares», incluindo alguns sargentos.
Novo Banco bloqueia 1543 milhões de euros da Venezuela
Numa nota emitida esta segunda-feira, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) declara o seu apoio ao apelo entregue no passado dia 2, na Embaixada de Portugal em Caracas, subscrito por várias organizações não governamentais venezuelanas, «para que o Estado português, cumprindo a sua obrigação, intervenha junto do Novo Banco para que este liberte os mais de 1500 milhões de euros do Estado venezuelano» que retém ilegalmente e «efectue as ordens de pagamento que, na sua generalidade, se destinam ao pagamento de medicamentos, serviços de saúde, alimentos e outros bens de primeira necessidade de que o povo venezuelano tanto necessita».
O CPPC lembra que, «na sequência das ilegais sanções unilaterais e do bloqueio financeiro imposto pela administração norte-americana de Donald Trump contra a Venezuela», o Novo Banco é uma das entidades que bloquearam recursos financeiros pertencentes ao povo venezuelano e, neste sentido, defende que «o Governo português não deve "lavar as mãos como Pilatos" e fingir que não tem nada a ver com esta inaceitável situação que desrespeita o direito internacional, tanto mais quando entrega centenas de milhões de euros a este banco».
O bloqueio económico, financeiro e comercial que a administração norte-americana mantém contra a Venezuela, as suas consequências para o povo venezuelano e as iniciativas que o país caribenho está a levar a cabo para as contornar, potenciando relações de solidariedade e cooperação bilateral com diversos países aliados, foram alguns dos temas abordados por Jorge Arreaza, ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa que deu, esta segunda-feira, na Embaixada do seu país em Moscovo.
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