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|França

Mobilizações anti-imperialistas em França contra a Operação Barkhane no Sahel

Diversas organizações denunciam a campanha militar que se arrasta há sete anos como uma forma de França manter a hegemonia na região e proteger os seus interesses económicos nas antigas colónias.

Mobilização anti-imperialista em Lyon, pelo fim das intervenções francesas em África 
Mobilização anti-imperialista em Lyon, pelo fim das intervenções francesas em África Créditos / Jeunes Communistes Lyon

Organizações anti-imperialistas mobilizaram-se, na semana passada, em Lyon e noutras cidades francesas, em protesto contra a Operação Barkhane, uma campanha militar em curso, liderada por França, na região do Sahel, na África Ocidental.

Em Lyon, grupos de estudantes e outros jovens mobilizaram-se por iniciativa dos Jovens Comunistas, tendo recolhido também assinaturas para uma petição exigindo o «fim da guerra imperialista francesa em África e o regresso dos soldados franceses», noticia o Peoples Dispatch, acrescentando que no Porto Velho de Marselha também se realizou uma concentração para reclamar o fim da «intervenção francesa em África».

No âmbito da Operação Barkhane, lançada em Agosto de 2014, o governo francês mobilizou milhares de tropas – a que se juntaram efectivos de países aliados – para, alegadamente, proteger as populações do Sahel da acção de vários grupos terroristas islamitas. As tropas francesas foram destacadas para o Mali, Chade, Níger, Burkina Faso e Mauritânia.

No entanto, os Jovens Comunistas (JC) fazem uma leitura diferente da presença militar francesa nestes países e acusam o governo de Paris de prolongar a operação para «salvaguardar os seus interesses imperialistas e económicos nas antigas colónias africanas». O que está em causa, para os JC, é a aposta na exploração de urânio no Níger, bem como a protecção de outros investimentos nos países africanos da acção dos grupos terroristas que proliferam na região, nota a fonte.

O custo financeiro da Operação Barkhane – estimado em mais de mil milhões de euros anuais – levanta questões que se agudizam ainda mais num tempo de crise sanitária, afirmam os JC, que não esquecem também o elevado custo humano: «perto de 45 soldados franceses mortos desde o início da operação e milhares de civis assassinados.»

«Os povos de França e dos países de África estão assim a pagar o preço terrível da política imperialista implementada pelo Estado francês», afirmam, citados pelo Peoples Dispatch. «Considerando que esta política assassina responde apenas aos interesses de uma minoria, em detrimento das necessidades das populações e dos trabalhadores, nós opomo-nos com os valores da amizade entre os povos e da solidariedade internacional capaz de garantir o progresso social», acrescentaram.

O Partido Comunista Revolucionário de França (PCRF) também condenou as intervenções do país na região. Antes, o Partido Comunista Francês (PCF) já tinha sublinhado, na Comissão dos Assuntos Externos, a necessidade de estabelecer uma agenda com vista à retirada das tropas francesas do Mali.

Em Julho do ano passado, teve lugar em Clermont-Ferrand (no Centro do país) uma grande mobilização anti-imperialista pelo fim das guerras francesas em África, a retirada das suas tropas do continente, o encerramento das suas bases militares e o retorno da riqueza de África aos trabalhadores africanos.

Na manifestação participaram, entre outras organizações, os Jovens Comunistas, os Jovens Comunistas da Bélgica, a Organização Democrática da Juventude do Burkina Faso, a FRAPP – France Dégage, o Partido Comunista Sudanês e a Associação dos Estudantes Burkinabè em França.

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