|EUA

«Não à guerra contra a Venezuela» ecoa em dezenas de cidades norte-americanas

Em mais de 65 cidades dos EUA, houve manifestações e acções de protesto determinadas a travar uma nova guerra, denunciando as ameaças crescentes e a ofensiva de Donald Trump contra Venezuela.

Em mais de 65 cidades dos EUA, houve manifestações, este sábado, a clamar «Mãos fora da Venezuela» e «Não a sangue por petróleo» Créditos / @answercoalition

Este sábado, registaram-se múltiplas acções de solidariedade com a Venezuela pelo mundo fora, no contexto da escalada belicista nas Caraíbas e de ameaça de agressão militar à República Bolivariana por parte dos EUA.

As mobilizações tiveram lugar em países como Cuba, República Democrática do Congo, Chile, Guatemala, Espanha, Itália, Colômbia, África do Sul, Porto Rico e EUA, com os participantes a repudiarem o acosso imperialista ao país caribenho sob o falso pretexto da «luta contra a droga».

Nos EUA, mais de 65 cidades foram palco de mobilizações contra a guerra, num «dia de acção» convocado pela Answer Coalition, a que responderam muitas outras organizações de cariz anti-imperialista, como The People’s Forum, Codepink ou Black Alliance for Peace.

Disseram «não» à escalada de guerra manifestantes em cidades como Boston, Chicago, Austin, Dallas, Atlanta, Washington, Baltimore, Los Angeles, Phoenix, Columbus ou Nova Iorque.

Na maior cidade do país, os participantes juntaram-se na Times Square, seguindo dali com bandeiras venezuelanas e exibindo múltiplas faixas e cartazes contra a «máquina de guerra», «o sangue por petróleo» e «a invasão ilegal», bem como a exigir verbas para as necessidades da população ou que os EUA saiam das Caraíbas.

Em grandes faixas, lia-se «Mãos fora da Venezuela» e «Não à guerra contra a Venezuela», enquanto alguns dos intervenientes denunciavam os crimes de guerra cometidos pelos EUA no Mar das Caraíbas e no Pacífico, lembravam o roubo de milhões de dólares feito ao povo venezuelano por via das sanções e do congelamento de activos, e sublinhando a importância da mobilização para «travar o fascismo» nos EUA.

«Temos de agir já»

«Devemos agir já, para parar a guerra antes que comece», declarou a Answer Coalition no apelo à mobilização lançado no seu portal, sublinhando que, «22 anos depois de os EUA terem iniciado a guerra com o Iraque com base em mentiras, a administração de Trump prepara um conflito em grande escala com a Venezuela».

A propósito de declarações e medidas recentes do presidente norte-americano, o texto alerta para os «indícios de uma operação de mudança de regime em grande escala, que seria uma catástrofe para a região».

De acordo com a Answer Coalition, «70% da população dos EUA opõe-se à intervenção militar contra a Venezuela» e «as pessoas apercebem-se dos pretextos bizarros e retorcidos que a administração de Trump está a utilizar sobre o narcotráfico, para os quais não apresentou qualquer prova».

Afirmando que «Trump está a contornar inconstitucionalmente uma declaração de guerra do Congresso ou mesmo uma autorização para o uso da força», o texto acrescenta que pelo menos 15 mil soldados norte-americanos foram mobilizados para cercar a Venezuela, apoiados por importantes meios navais, com um custo superior a mil milhões de dólares para os contribuintes norte-americanos.

A coligação defende que «ainda não é tarde para agir» e impedir a guerra contra a Venezuela.

«Temos de aprender com as lições do Vietname e do Iraque. Em ambos os casos, os belicistas inventaram pretextos. Prometeram vitórias rápidas. Estavam enganados. Mas a ideia de que os EUA podem levar a cabo invasões militares no coração da América Latina sem uma reacção devastadora é absurda», alertou a Answer, considerando que se vive um «momento crítico».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui