Exibindo bandeiras da Palestina e faixas em que se lia «Normalização é traição» ou «Parem o massacre», mais de dez mil pessoas mobilizaram-se no centro de Rabat, gritando palavras de ordem como «Fora com os sionistas», «Gaza é símbolo de orgulho» e «O povo quer derrubar a normalização» – em alusão às relações diplomáticas que o país norte-africano mantém com Israel.
Marrocos, potência ocupante do Saara Ocidental, e Israel, Estado que ocupa a Palestina, restabeleceram laços diplomáticos em Dezembro de 2020, no contexto de um acordo que envolveu o então presidente norte-americano, Donald Trump – que reconheceu a «soberania» marroquina sobre o território saarauí.
A manifestação, tal como outras do género realizadas, foi convocada pela Frente Marroquina de Apoio à Palestina e contra a Normalização, que integra dezenas de associações, partidos e organizações sindicais, indica a agência Efe.
No contexto da mais recente agressão israelita contra Gaza (e a Cisjordânia ocupada), desde 7 de Outubro, que provocou mais de 28 mil mortos e cerca de 68 mil feridos, têm-se registado com frequência protestos, em várias cidades marroquinas, a louvar a resistência palestiniana, a exigir o fim do massacre e a solicitar ajuda humanitária para o enclave costeiro de Gaza.
Tal como em ocasiões anteriores, os manifestantes denunciaram, ontem, o silêncio e a passividade da chamada comunidade internacional em relação aos «crimes» que a ocupação israelita está a levar a cabo na Palestina.
Alguns dos manifestantes levaram pela marcha adiante uma enorme bandeira palestiniana, outros levavam cartazes com imagens da destruição provocada pelos bombardeamentos na Faixa de Gaza, por entre a exigência reiterada do corte de relações diplomáticas com Israel.
«Vemos bombardeamentos 24 horas por dias, crianças mortas, quase 30 mil mortos e nada acaba com isto. O genocídio continua», disse um dos manifestantes à imprensa, acrescentando: «Não podemos continuar a comprar e a vender aos genocidas.»
O regime marroquino denunciou, oficialmente, as «flagrantes violações do direito internacional» cometidas por Israel na Faixa de Gaza, mas sem ter dado qualquer indicação de que a «normalização» com o regime de apartheid sionista seria posta em causa.
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