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|efeméride

Martin Luther King foi assassinado há 50 anos

A mobilização para a luta pelos direitos civis e pela igualdade levou King a Memphis (Tennessee) há 50 anos. Naquela cidade, a pobreza mostra que a igualdade continua fora da vida dos afro-americanos.

Martin Luther King Jr. durante a Marcha sobre Washington pelo Trabalho e a Liberdade. 28 de Agosto de 1963
Martin Luther King Jr. durante a Marcha sobre Washington pelo Trabalho e a Liberdade. 28 de Agosto de 1963Créditos

Quando o pastor baptista foi assassinado, a 4 de Abril de 1968, aos 39 anos, já era um dos mais respeitados líderes dos movimentos pelos direitos civis e pela igualdade da comunidade afro-americana nos Estados Unidos da América (EUA).

A mobilização de milhões de norte-americanos pela igualdade, na qual foi um dos mais proeminentes actores, foi determinante para que esta fosse reconhecida na lei. O papel de King viria a ser reconhecido em 1964, com a atribuição do Prémio Nobel da Paz, sendo o mais jovem distinguido à época, com apenas 35 anos.

No ano anterior, foi um dos construtores da Marcha sobre Washington pelo Trabalho e a Liberdade, em que proferiu o seu histórico discurso «I Have a Dream» («Eu tenho um sonho»), a 28 de Agosto de 1963. Nos dois anos seguintes, foi aprovada legislação federal proibindo a discriminação baseada na «raça, cor, religião, sexo ou origem».

Perseguido pelas autoridades

Martin Luther King a ser algemado pela polícia em Montgomery (Alabama), por «vadiagem», em 1958 CréditosAssociated Press / Domínio público

Nos últimos anos de vida, Martin Luther King Jr. foi colocado sob vigilância por parte do FBI (Agência Federal de Investigação) por alegadamente manter ligações a comunistas. Aspectos da sua vida pessoal foram usados numa tentativa de o desacreditar pelo FBI, que chegou a enviar-lhe uma carta com ameaças e insinuando que a única saída para King era o suicídio.

Uma parte significativa dos documentos relacionados com todo o processo continua classificado e em segredo, pelo menos, até 2027. Em 1999, o júri de um tribunal cível deu como provada a existência de uma conspiração para o matar, eventualmente envolvendo agências federais dos EUA.

Memphis, 2018: retrato de desigualdade

Apesar de King ter visto ser aprovada legislação reconhecendo a igualdade e proibindo a discriminação, a realidade mostra que ainda não chegou à vida dos afro-americanos, designadamente na cidade onde morreu.

Num artigo no Washington Post, em Outubro passado, dois membros do movimento Black Lives Matter denunciaram que o FBI está a classificar activistas como ameaças para a segurança nacional. Entretanto, continuam a ser abatidos afro-americanos desarmados por forças policiais, como aconteceu com Stephon Clark, de 22 anos, no passado dia 18 de Março, em Sacramento (Califórnia).

Tenda de um sem-abrigo debaixo de uma ponte no Leste de Memphis. 6 de Janeiro de 2013 CréditosThomas R Machnitzki / CC BY 3.0

Mas uma das causas a que King dedicou grande parte da sua intervenção, particularmente nos seus últimos anos de vida, continua a revelar profundas desigualdades: a pobreza.

Numa reportagem em Memphis, o El Salto descreve a «desoladora paisagem de abandono e pobreza nos arredores do Motel Lorraine, hoje Museu Nacional pelos Direitos Civis», onde King foi assassinado há cinco décadas.

Os afro-americanos representam 63% da população total da cidade, «destes, 32,3% vivem abaixo do limiar da pobreza» – um valor superior à média local. Em declarações ao jornal espanhol, o dirigente de um movimento trabalhista, Hunter Demster, refere que «há 50 anos éramos a quarta cidade mais pobre [dos EUA], agora somos a número um» e acusa o presidente da Câmara Municipal de Memphis de dar incentivos a empresas que praticam baixos salários.

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