|Reino Unido

Maquinistas britânicos optam de forma massiva pelas greves

Os maquinistas filiados no sindicato britânico Aslef renovaram por seis meses o mandato favorável a paralisações em cinco empresas ferroviárias, exigindo aumentos salariais.

Maquinistas num piquete de greve, em Londres, a 24 de Janeiro de 2024; na T-shirt lê-se: «Eu era um trabalhador-chave, agora sou apenas um sindicalista ganancioso e preguiçoso» 
Créditos / Morning Star

Em declarações subsequentes à votação, o secretário-geral do Aslef, Mick Whelan, pediu ao governo britânico e às empresas que se sentem à mesa a negociar melhores salários com a organização sindical, uma vez que os maquinistas não são aumentados há cinco anos.

«Estes resultados mostram – mais uma vez – uma clara rejeição, por parte dos maquinistas, da proposta ridícula que nos foi apresentada em Abril do ano passado pelo Rail Delivery Group [RDG] em nome das empresas rodoviárias com as quais estamos em conflito», disse o dirigente sindical.

Lembrou ainda que o sindicato já alertara o RDG que não aceitaria o esbulho daquilo que foi sendo negociado ao longo dos anos para benefício dos trabalhadores.

Nas várias operadoras privadas – Chiltern Railways, c2c, East Midlands Railway, Northern Trains, TransPennine Trains –, os maquinistas votaram de forma esmagadora (entre 89,4% e 95,5%) a favor de novas greves, caso não haja negociação colectiva ou os resultados não conduzam a bom porto.

O nível de participação, refere o sindicato, oscilou entre os 70% e 76,7%.

Greve a 1 de Março na LNER e na Northern

Também esta quinta-feira, o sindicato dos maquinistas anunciou uma paralisação para dia 1 Março em duas empresas ferroviárias – LNER e Northern –, «pelo seu incumprimento persistente dos acordos existentes».

Para além disso, os maquinistas dessas empresas também farão greve ao trabalho extraordinário entre 29 de Fevereiro e 2 de Março, refere a estrutura sindical no seu portal.

A propósito desta greve, Mick Whelan disse: «Estamos mais que fartos da má-fé demonstrada por estas duas empresas, dia após dia, semana após semana, mês após mês.»

«Sempre cumprimos os acordos que fazemos. Estas empresas pensam que podem violar os acordos – que celebram livremente – sempre que lhes for conveniente», denunciou, acrescentando que «se enganam» e que «o tiro lhes vai sair pela culatra».

Em nota, indica o Morning Star, o RDG disse querer aumentar o seu pessoal, mas que o sindicato dos maquinistas precisa de reconhecer que «qualquer aumento salarial tem de ser justo e sustentável».

Já uma representante da Northern mostrou-se «surpreendida e decepcionada» pelo facto de a paralisação ter sido convocada, enquanto um porta-voz da LNER instou o sindicato a trabalhar com a empresa de modo a acabar com «este longo conflito, que apenas prejudica a indústria ferroviária».

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