Convocada pela British Medical Association do País de Gales (BMA Cymru Wales), a greve de 96 horas é mais longa na luta dos médicos pela valorização dos salários, que sofreram uma desvalorização de quase 30% (em termos reais) desde 2008.
Oba Babs-Osibodu, co-presidente da organização sindical, considerou «bastante triste e frustante» ter de estar novamente em greve, e fez questão de sublinhar que as greves podem ser desconvocadas a qualquer altura. Para tal, basta que o governo galês apresente uma «proposta credível» como base para as negociações.
Milhares de jovens médicos iniciaram, esta quarta-feira, uma greve de 72 horas em Inglaterra em defesa da profissão e para exigir aumentos que compensem mais de uma década de cortes nos salários reais. No primeiro de três dias de greve, que se vai prolongar até às 7h de sábado, dezenas de milhares de jovens médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico aderiram à paralisação em Inglaterra, em defesa de melhores salários e condições de trabalho. Houve piquetes de greve à entrada das unidades hospitalares e mobilizações pelo país fora, incluindo cidades como Londres, Manchester, Birmingham e Oxford. Trata-se da terceira acção de luta deste género convocada em 2023 pelo sindicato BMA (British Medical Association), que acusa o governo de não valorizar adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, não abordando, nomeadamente, quase 15 anos de cortes salariais em termos reais. O BMA reivindica um aumento de 35%, defendendo que só dessa forma será possível reverter a desvalorização de 26% nos salários – em termos reais – desde 2008. A isto, o governo respondeu com uma proposta de aumento de 5% e, neste sentido, a organização sindical, que representa cerca de 47 mil jovens médicos, acusou o executivo de Rishi Sunak de «intransigência» e de «se recusar a ouvir». Milhares de médicos britânicos iniciaram, esta segunda-feira, uma paralisação de 72 horas pela valorização da profissão e para exigir aumentos que compensem mais de uma década de cortes nos salários reais. No primeiro de três dias de greve, milhares de jovens médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico aderiram à paralisação em Inglaterra, em defesa de melhores salários e condições de trabalho. O sindicato BMA (British Medical Association) disse que se trata de uma «mensagem forte» para o governo de que não valoriza adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, não abordando, nomeadamente, mais de uma década de cortes salariais em termos reais. O BMA reivindica um aumento de 35%, afirmando que só dessa forma será possível reverter a queda de 26% nos salários – em termos reais – desde 2008/09. Aquilo que designa como «restauro salarial» inclui também o elevado custo de vida, a actual crise económica, a inflação e a degradação das condições de trabalho, explicou. De acordo com o BMA, os jovens médicos britânicos, que representam cerca de 45% de todo o pessoal médico do NHS, ganhariam mais por hora, hoje, se trabalhassem na cadeia de cafés Pret a Manger, que anunciou recentemente um aumento salarial de 19%, refere o Morning Star. Na sexta-feira passada, o secretário da Saúde, Steve Barclay, disse estar disposto a negociar, mas exigindo o cancelamento da greve. Por seu lado, o sindicato refutou aquilo que considerou «condições inaceitáveis», sublinhando a inexistência de uma «negociação credível». Becky Bates, a exercer a profissão no seu primeiro ano após a licenciatura, disse à imprensa que deixou a faculdade com uma dívida superior a 100 mil libras (113 mil euros) e que depende do apoio da mãe para conseguir pagar as despesas. «É humilhante para mim e não é justo para ela», disse. «Posso ficar responsável por mais de 400 pacientes da noite para o dia – tenho de os avaliar, receitar a medicação, ter conversas muito difíceis com famílias sobre cuidados de fim de vida, e sou o primeiro porto de acostagem se alguma coisa correr muito mal», disse, acrescentando: «No entanto, as nossas competências e responsabilidades são completamente desvalorizadas.» Ao Morning Star, destacou: «A minha situação está longe de ser um caso único e é por isso que eu e a maioria esmagadora dos meus colegas fomos forçados a vir para o piquete de greve esta semana.» Questionado sobre a segurança dos pacientes durante a greve, Philip Banfield, presidente do conselho do BMA, disse que o NHS até pode ser «mais seguro que o normal» durante das greves e denunciou, a um programa da BBC Radio 4, que «é escandaloso que 300 ou 500 pacientes morram todas as semanas no serviço actual devido ao subfinanciamento crónico». Mais tarde, ao participar num piquete de greve junto ao Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, alertou que o NHS vive «a pior crise a que já assistiu» e que «os médicos em início de carreira se estão a ir embora em massa». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Jamais deveriam ter sido necessárias duas rondas inteiras de greves para que fosse posto um número na mesa», afirma o BMA em comunicado, sublinhando que esse número – 5% num ano de inflação de dois dígitos – é «inacreditável». De acordo com um inquérito realizado pelo sindicato, mais de metade dos médicos em Inglaterra estão a fazer planos ou a pensar abandonar o NHS, como resultado da resposta do governo à greve. A grande maioria mostra-se pessimista em relação ao futuro do serviço público. Cerca de 67% pensam que o NHS não existirá no actual formato dentro de uma década e 88% acreditam que irá piorar nos próximos 18 meses. A anestesista estagiária Arianna Zembryzcka, que estava num piquete junto ao University College Hospital em Londres, classificou a proposta de aumento de 5% como «francamente desrespeitosa e vergonhosa». «Não chega para cobrir sequer a inflação deste ano, quanto mais anos de erosão salarial», disse ao Morning Star, frisando que tem dificuldades em pagar a renda em Londres, que é cara. Por seu lado, a jovem médica Sumi Manirajan disse que está a pensar em mudar-se para a Austrália para ter um salário melhor, porque trabalhar no NHS é «insuportável». Por aumentos salariais que permitam enfrentar o custo de vida e por melhores condições para os utentes no serviço público de saúde, os enfermeiros britânicos podem manter as paralisações em Janeiro. Milhares de enfermeiros estiveram em greve em Inglaterra, no País de Gales e na Irlanda do Norte, esta terça-feira, depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter insistido que não iria recuar perante a vaga de greves no país. O que Sunak assegurou, na Letónia, é que o empenho britânico na guerra na Ucrânia se vai manter firme em 2023. A greve de ontem – o segundo dia em menos de uma semana, depois de, na sua história, o pessoal da enfermagem britânico nunca ter levado a cabo uma greve a nível nacional – visava lutar pela defesa das condições de trabalho e de vida. Com a taxa de inflação em níveis sem precedentes nos últimos 40 anos, os sindicatos alertam que as pessoas estão a passar mal, e o Royal College of Nursing (RCN) disse que alguns dos seus membros se viram obrigados a recorrer a bancos alimentares. Outro elemento para o qual os sindicatos envolvidos na luta apontam é a preocupação com as actuais condições do NHS (sistema público de saúde britânico) e o serviço que presta aos utentes. A este respeito, Pat Cullen, secretária-geral do RCN, disse que estas greves são «uma batalha pela alma absoluta do NHS, para o retirar da beira e da queda total no precipício», indica o The Guardian. Em Londres, realizou-se uma manifestação conjunta, até à residência oficial do primeiro-ministro, convocada por organizações de trabalhadores e de defesa do carácter público do NHS. Pelo país fora, junto a várias unidades hospitalares, os trabalhadores em greve foram saudados pela população, refere o periódico Morning Star. À entrada do Royal Liverpool University Hospital, a enfermeira Danielle McLaughlan destacou o apoio das pessoas ao piquete de greve e disse que a paralisação tinha tanto a ver com o facto de as enfermeiras não poderem viver com o que ganham como com o facto de «os pacientes estarem em risco», devido à falta de pessoal. «Os enfermeiros estão cansados e tristes porque não podem prestar os cuidados que querem», lamentou. Num outro piquete, junto ao St Thomas' Hospital, em Londres, a enfermeira Anu Kapur, de 35 anos, disse que o salário «não corresponde» ao nível de trabalho que lhe é exigido a ela e aos seus colegas, e mostrou-se preocupada com as consequências da falta de pessoal para a saúde dos utentes. Jane, enfermeira igualmente presente no piquete junto ao St Thomas' Hospital, criticou o governo por não se empenhar nas negociações com o RCN. «Sinto que estão distantes, daquilo por que estamos a passar, que nos desprezam e que não se interessam e, dessa forma, não se interessam também pelos utentes», denunciou. Tal como a sua colega, destacou a falta de pessoal, a carga de trabalho, a exaustão e o «sentir-se desmoralizada», na medida em que acaba muitos turnos com «a sensação de que não fez aquilo que devia», porque há demasiados pacientes para poucos enfermeiros. «Porque estão sobrecarregados com trabalho e são mal pagos, muitos estão a deixar a profissão que amam», disse ao periódico. Falando num piquete em Newcastle, a secretário-geral do RCN, Pat Cullen, pediu ao primeiro-ministro que «intervenha agora e faça o que é correcto», tanto para os utentes do NHS como para os profissionais da enfermagem. Entretanto, avisou que, até sexta-feira, o sindicato vai anunciar as datas e os hospitais para uma greve em Janeiro, e que a bola está do lado de Sunak. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Antigamente, o Inverno era horrível e o resto do ano era normal. Agora, é Inverno o ano inteiro», lamentou. «É horrível ver paciente após paciente a ter os piores resultados em termos de tempo de espera», disse, sublinhando que «os médicos não se querem ir embora, mas estão a ser forçados a deixar o NHS». Da parte do governo britânico, o secretário da Saúde, Steve Barclay, referiu-se à greve como «extremamente decepcionante». Na terça-feira, os jovens médicos na Escócia também anunciaram três dias de greve, a partir de 12 de Julho, depois de terem rejeitado a proposta do executivo escocês de aumento de 14,5% ao longo de dois anos. De acordo com o BMA, os médicos na Escócia sofreram uma perda salarial de 28,5%, em termos reais, nos últimos 15 anos, pelo que a proposta «final» do governo de Edimburgo «nem sequer nos põem perto de onde [então] estávamos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Jovens médicos ingleses voltam à greve porque «o governo se recusa a ouvir»
Internacional|
Jovens médicos britânicos em greve por melhores salários
Competências e responsabilidades desvalorizadas
Subfinanciamento crónico
Contribui para uma boa ideia
«Os médicos não se querem ir embora, mas estão a ser forçados»
Internacional|
Cansados e mal pagos, enfermeiros fizeram greve no Reino Unido
Mobilização e apoio nas ruas
«Tratam-nos com desprezo»
Se não houver respostas, greves continuam
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Em Dezembro do ano passado, 98% dos jovens médicos votaram a favor da greve, de modo a rectificar a erosão salarial de mais de uma década, refere a agência Anadolu.
O sindicato estima que mais de 3000 médicos não especializados participem na greve, depois de terem rejeitado a proposta de aumento de 5% apresentada pelo executivo do País de Gales.
O governo galês alega não ter capacidade para «oferecer mais», dado o estado das finanças e a falta de apoio extra do governo de Londres.
«Basta de desvalorização e desprezo»
No entanto, o sindicato sublinha que é preciso dizer «basta», num contexto em que os jovens médicos são continuamente «desvalorizados e desprezados» pelo trabalho que fazem no NHS (serviço nacional de saúde britânico).
«A nossa determinação em recuperar o valor dos nossos salários mantém-se inabalável», disse Babs-Osibodu, que classificou a proposta da tutela como «inadequada».
A greve dos jovens médicos, que começou às 7h desta quarta-feira, prolonga-se até dia 9. O sindicato BMA afirma que os salários neste sector foram desvalorizados em 26% desde 2008 e exige propostas credíveis. A paralisação hoje iniciada no NHS (Serviço Nacional de Saúde britânico) é a mais longa da sua história e ocorre num período de grande pressão sobre o sistema devido às maleitas associadas ao período invernal, refere o Morning Star. O Departamento da Saúde instou, ontem, o sindicato BMA (British Medical Association, que convocou a paralisação) «a cancelar as greves e a voltar à mesa das negociações», mas os responsáveis sindicais, que sublinharam a abertura às negociações «a qualquer altura», lembraram ao governo britânico que já podia ter avançado com «propostas credíveis» e que o podia fazer, inclusive, «a esta hora tardia». O sindicato denuncia que os salários dos jovens médicos foram desbastados, em termos reais, em mais de um quarto desde 2008. Milhares de jovens médicos iniciaram, esta quarta-feira, uma greve de 72 horas em Inglaterra em defesa da profissão e para exigir aumentos que compensem mais de uma década de cortes nos salários reais. No primeiro de três dias de greve, que se vai prolongar até às 7h de sábado, dezenas de milhares de jovens médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico aderiram à paralisação em Inglaterra, em defesa de melhores salários e condições de trabalho. Houve piquetes de greve à entrada das unidades hospitalares e mobilizações pelo país fora, incluindo cidades como Londres, Manchester, Birmingham e Oxford. Trata-se da terceira acção de luta deste género convocada em 2023 pelo sindicato BMA (British Medical Association), que acusa o governo de não valorizar adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, não abordando, nomeadamente, quase 15 anos de cortes salariais em termos reais. O BMA reivindica um aumento de 35%, defendendo que só dessa forma será possível reverter a desvalorização de 26% nos salários – em termos reais – desde 2008. A isto, o governo respondeu com uma proposta de aumento de 5% e, neste sentido, a organização sindical, que representa cerca de 47 mil jovens médicos, acusou o executivo de Rishi Sunak de «intransigência» e de «se recusar a ouvir». Milhares de médicos britânicos iniciaram, esta segunda-feira, uma paralisação de 72 horas pela valorização da profissão e para exigir aumentos que compensem mais de uma década de cortes nos salários reais. No primeiro de três dias de greve, milhares de jovens médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico aderiram à paralisação em Inglaterra, em defesa de melhores salários e condições de trabalho. O sindicato BMA (British Medical Association) disse que se trata de uma «mensagem forte» para o governo de que não valoriza adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, não abordando, nomeadamente, mais de uma década de cortes salariais em termos reais. O BMA reivindica um aumento de 35%, afirmando que só dessa forma será possível reverter a queda de 26% nos salários – em termos reais – desde 2008/09. Aquilo que designa como «restauro salarial» inclui também o elevado custo de vida, a actual crise económica, a inflação e a degradação das condições de trabalho, explicou. De acordo com o BMA, os jovens médicos britânicos, que representam cerca de 45% de todo o pessoal médico do NHS, ganhariam mais por hora, hoje, se trabalhassem na cadeia de cafés Pret a Manger, que anunciou recentemente um aumento salarial de 19%, refere o Morning Star. Na sexta-feira passada, o secretário da Saúde, Steve Barclay, disse estar disposto a negociar, mas exigindo o cancelamento da greve. Por seu lado, o sindicato refutou aquilo que considerou «condições inaceitáveis», sublinhando a inexistência de uma «negociação credível». Becky Bates, a exercer a profissão no seu primeiro ano após a licenciatura, disse à imprensa que deixou a faculdade com uma dívida superior a 100 mil libras (113 mil euros) e que depende do apoio da mãe para conseguir pagar as despesas. «É humilhante para mim e não é justo para ela», disse. «Posso ficar responsável por mais de 400 pacientes da noite para o dia – tenho de os avaliar, receitar a medicação, ter conversas muito difíceis com famílias sobre cuidados de fim de vida, e sou o primeiro porto de acostagem se alguma coisa correr muito mal», disse, acrescentando: «No entanto, as nossas competências e responsabilidades são completamente desvalorizadas.» Ao Morning Star, destacou: «A minha situação está longe de ser um caso único e é por isso que eu e a maioria esmagadora dos meus colegas fomos forçados a vir para o piquete de greve esta semana.» Questionado sobre a segurança dos pacientes durante a greve, Philip Banfield, presidente do conselho do BMA, disse que o NHS até pode ser «mais seguro que o normal» durante das greves e denunciou, a um programa da BBC Radio 4, que «é escandaloso que 300 ou 500 pacientes morram todas as semanas no serviço actual devido ao subfinanciamento crónico». Mais tarde, ao participar num piquete de greve junto ao Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, alertou que o NHS vive «a pior crise a que já assistiu» e que «os médicos em início de carreira se estão a ir embora em massa». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Jamais deveriam ter sido necessárias duas rondas inteiras de greves para que fosse posto um número na mesa», afirma o BMA em comunicado, sublinhando que esse número – 5% num ano de inflação de dois dígitos – é «inacreditável». De acordo com um inquérito realizado pelo sindicato, mais de metade dos médicos em Inglaterra estão a fazer planos ou a pensar abandonar o NHS, como resultado da resposta do governo à greve. A grande maioria mostra-se pessimista em relação ao futuro do serviço público. Cerca de 67% pensam que o NHS não existirá no actual formato dentro de uma década e 88% acreditam que irá piorar nos próximos 18 meses. A anestesista estagiária Arianna Zembryzcka, que estava num piquete junto ao University College Hospital em Londres, classificou a proposta de aumento de 5% como «francamente desrespeitosa e vergonhosa». «Não chega para cobrir sequer a inflação deste ano, quanto mais anos de erosão salarial», disse ao Morning Star, frisando que tem dificuldades em pagar a renda em Londres, que é cara. Por seu lado, a jovem médica Sumi Manirajan disse que está a pensar em mudar-se para a Austrália para ter um salário melhor, porque trabalhar no NHS é «insuportável». Por aumentos salariais que permitam enfrentar o custo de vida e por melhores condições para os utentes no serviço público de saúde, os enfermeiros britânicos podem manter as paralisações em Janeiro. Milhares de enfermeiros estiveram em greve em Inglaterra, no País de Gales e na Irlanda do Norte, esta terça-feira, depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter insistido que não iria recuar perante a vaga de greves no país. O que Sunak assegurou, na Letónia, é que o empenho britânico na guerra na Ucrânia se vai manter firme em 2023. A greve de ontem – o segundo dia em menos de uma semana, depois de, na sua história, o pessoal da enfermagem britânico nunca ter levado a cabo uma greve a nível nacional – visava lutar pela defesa das condições de trabalho e de vida. Com a taxa de inflação em níveis sem precedentes nos últimos 40 anos, os sindicatos alertam que as pessoas estão a passar mal, e o Royal College of Nursing (RCN) disse que alguns dos seus membros se viram obrigados a recorrer a bancos alimentares. Outro elemento para o qual os sindicatos envolvidos na luta apontam é a preocupação com as actuais condições do NHS (sistema público de saúde britânico) e o serviço que presta aos utentes. A este respeito, Pat Cullen, secretária-geral do RCN, disse que estas greves são «uma batalha pela alma absoluta do NHS, para o retirar da beira e da queda total no precipício», indica o The Guardian. Em Londres, realizou-se uma manifestação conjunta, até à residência oficial do primeiro-ministro, convocada por organizações de trabalhadores e de defesa do carácter público do NHS. Pelo país fora, junto a várias unidades hospitalares, os trabalhadores em greve foram saudados pela população, refere o periódico Morning Star. À entrada do Royal Liverpool University Hospital, a enfermeira Danielle McLaughlan destacou o apoio das pessoas ao piquete de greve e disse que a paralisação tinha tanto a ver com o facto de as enfermeiras não poderem viver com o que ganham como com o facto de «os pacientes estarem em risco», devido à falta de pessoal. «Os enfermeiros estão cansados e tristes porque não podem prestar os cuidados que querem», lamentou. Num outro piquete, junto ao St Thomas' Hospital, em Londres, a enfermeira Anu Kapur, de 35 anos, disse que o salário «não corresponde» ao nível de trabalho que lhe é exigido a ela e aos seus colegas, e mostrou-se preocupada com as consequências da falta de pessoal para a saúde dos utentes. Jane, enfermeira igualmente presente no piquete junto ao St Thomas' Hospital, criticou o governo por não se empenhar nas negociações com o RCN. «Sinto que estão distantes, daquilo por que estamos a passar, que nos desprezam e que não se interessam e, dessa forma, não se interessam também pelos utentes», denunciou. Tal como a sua colega, destacou a falta de pessoal, a carga de trabalho, a exaustão e o «sentir-se desmoralizada», na medida em que acaba muitos turnos com «a sensação de que não fez aquilo que devia», porque há demasiados pacientes para poucos enfermeiros. «Porque estão sobrecarregados com trabalho e são mal pagos, muitos estão a deixar a profissão que amam», disse ao periódico. Falando num piquete em Newcastle, a secretário-geral do RCN, Pat Cullen, pediu ao primeiro-ministro que «intervenha agora e faça o que é correcto», tanto para os utentes do NHS como para os profissionais da enfermagem. Entretanto, avisou que, até sexta-feira, o sindicato vai anunciar as datas e os hospitais para uma greve em Janeiro, e que a bola está do lado de Sunak. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Antigamente, o Inverno era horrível e o resto do ano era normal. Agora, é Inverno o ano inteiro», lamentou. «É horrível ver paciente após paciente a ter os piores resultados em termos de tempo de espera», disse, sublinhando que «os médicos não se querem ir embora, mas estão a ser forçados a deixar o NHS». Da parte do governo britânico, o secretário da Saúde, Steve Barclay, referiu-se à greve como «extremamente decepcionante». Na terça-feira, os jovens médicos na Escócia também anunciaram três dias de greve, a partir de 12 de Julho, depois de terem rejeitado a proposta do executivo escocês de aumento de 14,5% ao longo de dois anos. De acordo com o BMA, os médicos na Escócia sofreram uma perda salarial de 28,5%, em termos reais, nos últimos 15 anos, pelo que a proposta «final» do governo de Edimburgo «nem sequer nos põem perto de onde [então] estávamos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Durante o Verão, o governo de Sunak atribuiu a este sector, em Inglaterra, um aumento médio de 8,8%, mas os representantes sindicais acusaram o executivo de não valorizar adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, considerando que o aumento foi insuficiente e reivindicando uma via que conduza à recuperação integral dos salários, de modo a inverter os cortes sofridos em termos reais desde 2008. «Passámos o período festivo à espera de receber a "oferta final" que o Secretário da Saúde nos prometeu o ano passado. Infelizmente, não recebemos tal proposta, apesar de afirmarmos repetidamente que nos reuniríamos para negociações a qualquer momento durante o Natal», afirmou o sindicato num comunicado citado pelo Morning Star. Antes da greve, o sindicato alertou que os jovens médicos estão «exaustos e desencantados», que «o moral na linha da frente nunca foi tão baixo» e que muitos «se questionam se querem continuar a trabalhar no sistema de saúde». O BMA mostra-se aberto a negociar e diz-se pronto a desconvocar a greve – a mais longa da história do NHS – a qualquer momento, mas insiste que, para tal acontecer, tem de receber uma proposta aceitável da parte da tutela, para a poder discutir com os trabalhadores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Jovens médicos iniciam seis dias de greve em Inglaterra por melhores salários
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Jovens médicos ingleses voltam à greve porque «o governo se recusa a ouvir»
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Jovens médicos britânicos em greve por melhores salários
Competências e responsabilidades desvalorizadas
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Cansados e mal pagos, enfermeiros fizeram greve no Reino Unido
Mobilização e apoio nas ruas
«Tratam-nos com desprezo»
Se não houver respostas, greves continuam
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«Os jovens médicos começam as suas carreiras a ganhar 13,65 libras [16 euros] por hora no País de Gales. É tudo o que merecem?», perguntou o dirigente sindical, frisando que «estão a prestar cuidados de saúde que salvam vidas, depois de anos de formação e a fazer frente a dívidas até 100 mil libras [116,6 mil euros]».
Por seu lado, Peter Fahey, também co-presidente do BMA Cymru Wales, mostrou-se igualmente desapontado com a actual situação, afirmando que os jovens médicos avançam para a greve porque não lhes dão alternativa.
«Não é de admirar que estejamos a perder médicos, já que procuram melhores salários e condições noutros locais», disse.
«Perder os nossos médicos quando as listas de espera batem recordes significa que os utentes vão sofrer mais do que sofrem agora», alertou.
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