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Lula defende demarcação de terras indígenas e promete correr com o garimpo

O presidente brasileiro participou, esta segunda-feira, na 52.ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, em Roraima. Ouviu demandas e fez declarações de apoio aos povos originários.

Lula foi recebido, esta segunda-feira, por participantes da 52.ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas 
Lula foi recebido, esta segunda-feira, por participantes da 52.ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas CréditosRicardo Stuckert / Brasil de Fato

Lula da Silva defendeu ontem a demarcação de terras e um programa de produção agrícola virado para os povos indígenas, tendo ainda prometido retirar de uma vez por todas os garimpeiros das terras indígenas do país sul-americano.

Os compromissos e as promessas foram realizados no âmbito da segunda viagem do presidente brasileiro ao estado de Roraima (no actual mandato), para participar na 52.ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, que começou no sábado e termina hoje na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

O encontro reúne cerca de 2000 líderes indígenas, que debatem temas como a Protecção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade. No local, estão representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona, indica o Brasil de Fato.

«Vocês funcionam como guardiões daquela floresta. Só tiram da terra o que é necessário para comer. Ninguém tira da terra para acabar com aquilo que a natureza criou», disse Lula aos participantes no encontro.

Antes de discursar, o presidente ouviu líderes indígenas e recebeu uma carta assinada pelos participantes no evento, tendo prometido acelerar processos de demarcação de terras e trabalhar em parceria com ministérios para garantir financiamento agrícola aos povos indígenas.

«Eu tenho pedido, tanto para a Fundação Nacional do Índio (Funai) quanto para o ministério [dos Povos Originários], para me apresentar todas as terras que estão prontas para serem demarcadas, porque a gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apoderem delas. Antes que as pessoas inventem documentos falsos, escrituras falsas e digam que são donas da terra», disse Lula, citado pelo Portal Vermelho.

Na ocasião, o presidente sublinhou que a sociedade brasileira está a ganhar consciência de que os indígenas não estão a ocupar nenhuma terra sem dono. «Na verdade, os indígenas estão ocupando 14% de um território nacional que já tiveram 100%. São os outros 86% que estão ocupando uma terra que era deles», frisou.

Outro aspecto destacado por Lula foi o apoio à produção agrícola indígena. «Não é possível que a gente ao longo desse tempo emprestou tanto dinheiro para a produção agrícola neste país e não tenha chegado dinheiro à produção agrícola indígena. Chegando a Brasília, vou tratar disso com muito carinho», garantiu.

Demandas e cobranças

Davi Kopenawa, um dos líderes do povo Yanomami, foi um dos participantes na assembleia que se dirigiram ao presidente brasileiro, tendo abordado questões como o fim da mineração nas terras indígenas e a necessidade de contratação de médicos, enfermeiros, técnicos, dentistas e outros profissionais de saúde.

Representante das mulheres indígenas de Roraima, Maria Betânia Mota de Jesus, da etnia Macuxi, destacou as presenças de Joenia Wapichana e Sonia Guajajara no actual governo – a primeira preside à Fundação Nacional do Índio (Funai) e a segunda é ministra dos Povos Originários.

Segundo refere o Brasil de Fato, Mota de Jesus pediu a Lula punições para os responsáveis pelas mortes decorrentes do garimpo.

«Em nome dos povos indígenas de Roraima e do Brasil, cumpra com seu compromisso da retirada de todos os invasores do nosso território. A destruição da nossa Mãe Terra representa nossa destruição. Nossa vida importa. A vida do povo brasileiro importa!», disse, sendo fortemente aplaudida.

Joenia Wapichana, que integrou a comitiva presidencial, garantiu que «a Funai voltou para ficar ao lado dos povos indígenas», e isso incluía a participação na Assembleia em curso.

«Foram anos e anos de paralisia, de desmonte, de sucateamento. Estamos tentando recomeçar, reconstruir. Nós, mulheres indígenas, somos capazes, sim, e estamos aqui para contribuir com esse governo, mostrando nossos valores indígenas, nossa capacidade, nossa coletividade, de olhar para todos os povos do Brasil», destacou.

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