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Governo brasileiro apresenta projecto para combater garimpo ilegal

A proposta agora enviada ao Congresso acaba com a «presunção de boa-fé», implementa a «rastreabilidade» e impõe exigências para a circulação do que é extraído, para impedir a legalização de ouro ilegal.

Canteiro de garimpo ilegal na região do Rio Uraricoera, no estado de Roraima (Norte do Brasil) 
Canteiro de garimpo ilegal na região do Rio Uraricoera, no estado de Roraima (Norte do Brasil) Créditos / Brasil de Fato

O executivo federal de Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional, esta terça-feira, um projecto de lei que estabelece regras mais rígidas para a extracção e comercialização de ouro, estabelecendo normas de controlo de origem, compra, venda e transporte de ouro em território brasileiro.

O objectivo é travar a exploração ilegal do minério, cujo crescimento descontrolado prejudica os povos indígenas e provoca danos ambientais irreversíveis, lembra o Brasil de Fato.

De acordo com informação veiculada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o texto da proposta foi produzido com base nos debates feitos no âmbito do grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Acesso à Justiça e integra alterações reivindicadas por organizações indígenas.

Um dos principais pontos do projecto de lei é acabar com a chamada «presunção de boa-fé» no comércio do minério, prevista na legislação actual. Esta medida facilitava a legalização do ouro ilegal ao permitir que empresas adquirissem o minério sem questionar o vendedor sobre a sua origem.

O objectivo, agora, é permitir a responsabilização de elos da cadeia de compra e venda de ouro, e impor exigências à circulação do que é extraído do garimpo.

«Além de aumentar o rigor do controle dessa cadeia produtiva, a proposta tem entre seus objetivos o estrangulamento das atividades de esquentamento do minério ilegal extraído de territórios indígenas e de unidades de conservação e o fechamento das brechas legislativas utilizadas para burlar o controle de fiscalização do governo», informou o MJSP, citado pelo Portal Vermelho.

Maior «rastreabilidade»

Para enfrentar a actual situação, um dos instrumentos propostos é a criação da Guia de Transporte e Custódia de Ouro, cujo controlo e rastreabilidade ficam sob a coordenação da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Segundo informou o ministério, a primeira venda do minério tem de ser feita por quem tem autorização para a lavra na ANM. Além disso, essa primeira venda de ouro extraído de garimpo terá de ser feita por entidades autorizadas pelo Banco Central.

Passa ainda a ser obrigatória a emissão de nota fiscal electrónica para compra e venda do mineral, assim como a exigência de transferência bancária como forma de pagamento.

«Em caso de não cumprimento das normas propostas no PL [projecto de lei], o contraventor terá o ouro apreendido e o produto transferido em favor da União», esclareceu o ministério.

As medidas incluídas na proposta legislativa são encaradas como fundamentais para travar a expansão do garimpo ilegal, que implica destruição ambiental, violência e miséria, sobretudo para os povos indígenas, como ocorreu com os Yanomami.

De acordo com uma estimativa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais e pelo Ministério Público, pelo menos 28% da produção de ouro no país sul-americano entre 2019 e 2020 foi irregular, com aumento de 13% no ano seguinte.

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