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Liga Árabe responsabiliza Israel pela morte de prisioneiro palestiniano

Num comunicado emitido esta quinta-feira, o organismo árabe afirma que as autoridades israelitas são responsáveis pela morte recente de Nassar Taqatqa, que se encontrava em regime de isolamento.

Palestinianos protestam contra as violações dos direitos dos presos nos cárceres israelitas, após a morte de Nassar Taqatqa
Créditos / Middle East Monitor

A Liga Árabe exigiu, esta quinta-feira, a formação de uma comissão internacional de inquérito para apurar as circunstâncias associadas ao caso do prisioneiro palestiniano Nassar Taqatqa, que foi encontrado morto na sua cela, na passada terça-feira, quando estava em isolamento e sob custódia das forças israelitas, informa a agência WAFA.

Esta situação evindencia o elevado nível de abuso físico e psicológico a que são submetidos os reclusos palestinianos nos cárceres israelitas, refere o documento firmado por Said Abu Ali, secretário-geral assistente da Liga Árabe para as questões da Palestina e dos territórios árabes.

Também o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros instou o Comité Internacional da Cruz Vermelha a formar um grupo internacional com o intuito de apurar as causas da morte de Nassar Majid Taqatqa, de 31 anos, que fora preso em 19 de Junho, quando forças especiais israelitas invadiram a casa da sua família, na aldeia de Beit Fajjar, a sul Belém, na Cisjordânia ocupada.

Tortura e agravamento do estado de saúde

A morte de morte de Taqatqa terá ocorrido em resultado das torturas que sofreu, segundo as informações divulgadas pelo Clube dos Presos Palestinianos, a que o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) faz referência.

De acordo com estas fontes, o prisioneiro palestiniano foi sujeito a interrogatórios sucessivos, espancamentos e outras formas de maus-tratos, o que, segundo os seus camaradas na prisão, levou a que a sua saúde se deteriorasse rapidamente.

O Clube dos Presos confirmou que Taqatqa foi torturado no centro de detenção de Megiddo antes da sua morte, anunciada esta terça-feira de manhã, numa cela do campo de detenção de Nitzan al-Ramla. Segundo informações preliminares, terá sofrido fracturas dos membros como resultado dessas torturas.

Qadura Fares, dirigente do Clube dos Presos Palestinianos, sublinhou que as autoridades israelitas usam sistematicamente a tortura contra presos palestinos, tanto psicológica como física.

17 palestinianos presos esta quinta-feira na Cisjordânia ocupada

As forças israelitas prenderam, em vários distritos da Margem Ocidental ocupada, 17 palestinianos ao longo do dia de ontem, informa a agência WAFA.

No bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental, foram detidos oito adolescentes, enquanto na cidade de Dura (distrito de Hebron), que foi invadida por viaturas militares israelitas, foi preso um palestiniano.

Outros oito foram detidos em operações levadas a cabo de madrugada. Quatro foram presos depois de as forças israelitas invadirem as casas das suas famílias na cidade de Az-Zawiya (no distrito de Salfit).

No distrito de Jenin, um grande contigente militar israelita entrou num campo de refugiados e prendeu outros dois palestinianos. Foram ainda registadas duas detenções no campo de refugiados de Duheisha, a sul de Belém, onde as forças israelitas entraram e dispararam sobre quem se manifestava contra a sua presença.

A WAFA sublinha que estas operações são levadas a cabo sem necessidade de qualquer ordem judicial, quando e onde as forças militares israelitas decidem exibir o seu poder arbitrário.

De acordo com o Addameer (grupo de defesa dos direitos dos presos), há actualmente 5250 presos políticos palestinos nas cadeias de Israel, incluindo 205 menores e 44 mulheres.

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