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|Reino Unido

Jovens médicos ingleses voltam à greve porque «o governo se recusa a ouvir»

Milhares de jovens médicos iniciaram, esta quarta-feira, uma greve de 72 horas em Inglaterra em defesa da profissão e para exigir aumentos que compensem mais de uma década de cortes nos salários reais.

Piquete de greve à entrada do Queen Elizabeth Hospital, em Birmingham, a 14 de Junho de 2023 
Piquete de greve à entrada do Queen Elizabeth Hospital, em Birmingham, a 14 de Junho de 2023 CréditosJacob King / The Guardian

No primeiro de três dias de greve, que se vai prolongar até às 7h de sábado, dezenas de milhares de jovens médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico aderiram à paralisação em Inglaterra, em defesa de melhores salários e condições de trabalho.

Houve piquetes de greve à entrada das unidades hospitalares e mobilizações pelo país fora, incluindo cidades como Londres, Manchester, Birmingham e Oxford.

Trata-se da terceira acção de luta deste género convocada em 2023 pelo sindicato BMA (British Medical Association), que acusa o governo de não valorizar adequadamente os médicos recém-formados e que se estão a especializar, não abordando, nomeadamente, quase 15 anos de cortes salariais em termos reais.

O BMA reivindica um aumento de 35%, defendendo que só dessa forma será possível reverter a desvalorização de 26% nos salários – em termos reais – desde 2008. A isto, o governo respondeu com uma proposta de aumento de 5% e, neste sentido, a organização sindical, que representa cerca de 47 mil jovens médicos, acusou o executivo de Rishi Sunak de «intransigência» e de «se recusar a ouvir».

«Jamais deveriam ter sido necessárias duas rondas inteiras de greves para que fosse posto um número na mesa», afirma o BMA em comunicado, sublinhando que esse número – 5% num ano de inflação de dois dígitos – é «inacreditável».

De acordo com um inquérito realizado pelo sindicato, mais de metade dos médicos em Inglaterra estão a fazer planos ou a pensar abandonar o NHS, como resultado da resposta do governo à greve.

A grande maioria mostra-se pessimista em relação ao futuro do serviço público. Cerca de 67% pensam que o NHS não existirá no actual formato dentro de uma década e 88% acreditam que irá piorar nos próximos 18 meses.

«Os médicos não se querem ir embora, mas estão a ser forçados»

A anestesista estagiária Arianna Zembryzcka, que estava num piquete junto ao University College Hospital em Londres, classificou a proposta de aumento de 5% como «francamente desrespeitosa e vergonhosa».

«Não chega para cobrir sequer a inflação deste ano, quanto mais anos de erosão salarial», disse ao Morning Star, frisando que tem dificuldades em pagar a renda em Londres, que é cara.

Por seu lado, a jovem médica Sumi Manirajan disse que está a pensar em mudar-se para a Austrália para ter um salário melhor, porque trabalhar no NHS é «insuportável».

«Antigamente, o Inverno era horrível e o resto do ano era normal. Agora, é Inverno o ano inteiro», lamentou.

«É horrível ver paciente após paciente a ter os piores resultados em termos de tempo de espera», disse, sublinhando que «os médicos não se querem ir embora, mas estão a ser forçados a deixar o NHS».

Da parte do governo britânico, o secretário da Saúde, Steve Barclay, referiu-se à greve como «extremamente decepcionante».

Na terça-feira, os jovens médicos na Escócia também anunciaram três dias de greve, a partir de 12 de Julho, depois de terem rejeitado a proposta do executivo escocês de aumento de 14,5% ao longo de dois anos.

De acordo com o BMA, os médicos na Escócia sofreram uma perda salarial de 28,5%, em termos reais, nos últimos 15 anos, pelo que a proposta «final» do governo de Edimburgo «nem sequer nos põem perto de onde [então] estávamos».

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