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Joe Biden tenta proibir greve na ferrovia através do Congresso

O auto-intitulado «presidente mais pró-sindical da história dos EUA» pediu ontem ao Congresso que proíba a greve da ferrovia no dia 9 de Dezembro, supostamente para «proteger os interesses dos trabalhadores».

CréditosCJ GUNTHER / EPA

O comunicado que o executivo de Joe Biden divulgou no dia de ontem é, todo ele, um «tratado anti-greve». Fingindo total solidariedade com as reinvindicações dos trabalhadores (como o direito à baixa médica por razões de saúde), Biden explica a sua decisão de impedir legislativamente o direito à greve: «o impacto económico da greve prejudicaria milhões de outras pessoas e famílias trabalhadoras.»

«Partilho a preocupação dos trabalhadores sobre a impossibilidade de tirar uma licença para recuperar de uma doença ou cuidar de um membro da família doente. Ninguém deveria ter de escolher entre o seu trabalho e a sua saúde – ou a saúde dos seus filhos», afirma o líder do governo democrata, mas essa preocupação é significativamente menos relevante que os lucros bilionários das grandes empresas.

As empresas do sector ferroviário acumularam lucros de 20 mil milhões de dólares (19 361 700 000 de euros) só em 2021. Nos últimos seis anos, mais de 30% dos trabalhadores foram despedidos por estas empresas. Actualmente os trabalhadores não têm direito a qualquer licença médica: se não podem trabalhar, não têm direito a qualquer apoio financeiro.

«Neste momento crítico para a nossa economia, na época de férias, não podemos deixar que as nossas convicções na defesa de melhores condições para os trabalhadores neguem, aos trabalhadores, os benefícios do acordo», afirma o governo dos EUA. Para melhor defender os trabalhadores, Joe Biden exige que o seu direito à greve seja limitado e lhes seja imposto um acordo que só interessa ao patronato bilionário.

Quando Joe Biden fala em aprovação dos trabalhadores, «mente ao país e ao Congresso»

«O acordo foi aprovado pelos representantes dos trabalhadores e pelas administrações das empresas em Setembro. No dia em que foi anunciado, líderes sindicais, dirigentes empresariais e funcionários saudaram-no como uma resolução justa da disputa entre os trabalhadores dos sindicatos de transporte ferroviário de mercadorias e as empresas do sector», afirma Joe Biden, no documento que dirigiu ontem ao Congresso.

Joe Biden está, conscientemente, a mentir ao país e ao Congresso, explica o sindicato Railroad Workers United (RWU, Trabalhadores da Ferrovia Unidos): «os sindicatos ferroviários que representam mais de 55% dos trabalhadores ferroviários votaram contra todos os contratos provisórios nas últimas semanas.»

«O presidente "mais amigo do trabalho" provou que tanto ele como o Partido Democrata não são os amigos do trabalho que fingiram ser. Estes lobos com pele de ovelha aliam-se, há décadas, com a América empresarial, permitindo o continuado ataque à classe média e às organizações laborais», denuncia.

Joe Biden «estragou tudo», explica Hugh Sawyer, dirigente do RWU. «Teve a oportunidade de provar o seu pedigree, de se mostrar favorável ao lado de quem trabalha, a milhões de trabalhadores, pedindo simplesmente ao Congresso legislação para acabar com a ameaça de uma greve nacional em termos favoráveis aos trabalhadores», diz.

«Infelizmente, nem conseguiu defender um mísero punhado de dias de licença por doença todos os anos», critica.

Vários congressistas democratas, como Bernie Sanders, Rashida Tlaib, Cori Bush e Jamaal Bowman, entre outros, já anunciaram a sua oposição à proposta de Joe Biden.

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