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Na Boeing, a greve continua no ar e as armas em terra

Os trabalhadores da Boeing rejeitaram a proposta da administração do gigante da aviação e do complexo militar-industrial dos EUA. A greve vai continuar nas três fábricas na região do Midwest.

Logótipo da Boeing numa fábrica da companhia. Renton, estado de Washington (costa Leste dos EUA), a 24 de Setembro de 2024
CréditosLindsey Wasson / AP Photo

Uma nova proposta da administração da Boeing foi rejeitada pelos trabalhadores da empresa, que se encontram em greve há quase seis semanas em três fábricas do Midwest onde são desenvolvidos aviões militares, sistemas de armamento e o primeiro veículo aéreo não-tripulado (drone) da marinha norte-americana, noticia a Associated Press (AP).

A oferta da Boeing para as três fábricas é inferior à feita em outras instalações da empresa, declarou a secção do Distrito 837 da Associação Internacional de Mecânicos e Trabalhadores Aeroespaciais, que representa 3200 grevistas. Cinquenta e sete por cento dos trabalhadores votaram a favor da continuação da greve, afirma o sindicato.

A greve, começada a 4 de Agosto passado, é muito menos alargada do que aquela que, em 2024, abrangeu 33 mil trabalhadores que montam aeronaves comerciais. No entanto, a sua continuação complica a recuperação dos insucessos comerciais da companhia, já que o negócio do departamento de Defesa, Espaço e Segurança da Boeing, devido ao alto preço das armas aí produzidas, representa mais de um terço das suas receitas.

A administração da Boeing manifestou-se desapontada e afirmou ir dar continuidade a um «plano de contingência» que, ameaça, implica a «contratação permanente de trabalhadores substitutos».

O gigante da aviação, que conta com mais de 170 mil trabalhadores, nos EUA e em 65 outros países, tem estado sob investigação federal devido a incidentes e acidentes que levantaram dúvidas sobre o cumprimento, pela companhia, de vários protocolos de segurança, em particular com o Boeing 737 Max, os quais foram objectos de denúncias por engenheiros da empresa.

Em 2018 e 2019, dois jactos do referido modelo despenharam-se na Indonésia e na Etiópia, causando cerca de 350 mortes.

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