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Governo venezuelano propõe a celebração de uma Cimeira Mundial pela Paz

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou esta segunda-feira o envio de missivas a representantes de vários países com vista à realização da Cimeira Mundial pela Paz e contra a Guerra.

Nicolás Maduro na edição desta segunda-feira do programa «Con Maduro +» Créditos / mppre.gob.ve

A missiva foi entregue directamente aos presidentes da China, da Rússia e dos EUA; a embaixadores na Venezuela e a embaixadores nas Nações Unidas; a chefes de governo e de Estado, refere a TeleSur.

No seu programa «Con Maduro +», o presidente venezuelano explicou que se trata de uma iniciativa para fazer com que os dirigentes dos países mais afectados pela «insensata guerra iniciada por Benjamin Netanyahu» sejam «audazes» e convoquem a cimeira.

De acordo com Nicolás Maduro, a ideia expressa a «doutrina bolivariana de equilíbrio do mundo e de paz, que só se pode alcançar com o respeito pelo direito internacional».

O conteúdo da carta foi apresentado oficialmente esta segunda-feira, junto do corpo diplomático acreditado em Caracas, pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil.

Na ocasião, Rodríguez leu a missiva – divulgada em várias línguas na conta de Telegram de Nicolás Maduro –, que defende a paz, o fim das agressões ao Irão e o restabelecimento do direito internacional.

O documento alerta para a fase de «máxima tensão e violência» na região da Ásia Ocidental, com a intensificação dos ataques de Israel ao país persa, agravada pela agressão militar dos Estados Unidos contra instalações nucleares pacíficas em território iraniano.

A carta, assinada por Nicolás Maduro, afirma que estas acções ameaçam desencadear «uma crise com consequências catastróficas de natureza nuclear», contra a região e o mundo; a isto, defende, junta-se «a persistente recusa de Israel em desmantelar o seu arsenal nuclear não declarado», bem como a sua recusa em se submeter a inspecções da Agência Internacional de Energia Atómica ou em aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear.

Para o dirigente bolivariano, essa «impunidade sustentada representa um sério risco para a segurança colectiva e mina os princípios do sistema multilateral».

Apelo urgente

Neste contexto, a Venezuela fez um apelo urgente para que as organizações do Sul Global, organizações regionais e de integração «promovam de maneira conjunta um cessar-fogo imediato e completo na Ásia Ocidental».

Referiu-se ao Movimento de Países Não Alinhados, à Liga de Estados Árabes, à Organização de Cooperação Islâmica, ao Conselho de Cooperação do Golfo, à União Africana, aos Brics e à Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

No entender do presidente venezuelano, este apelo ao fim das hostilidades «deve constituir o primeiro passo em direcção a uma solução política integral, construída a partir do diálogo, da legalidade e do respeito soberano entre os estados».

É neste contexto que Nicolás Maduro propõe que se convoque, «o mais brevemente possível num país da região», uma cimeira pela paz e contra a guerra, de modo a enfrentar o perigo crescente de um conflito que poderia arrastrar a humanidade para o abismo de uma guerra nuclear.

Maduro defende que a cimeira deve ser liderada colectivamente pela Liga Árabe, a Organização de Cooperação Islâmica, a Organização de Cooperação do Golfo e os Brics, com o empenho de potências globais como a China e a Rússia, e com a plena e activa participação dos países do Sul Global comprometidos com o multilateralismo e a paz.

Entre as iniciativas que a cimeira deveria procurar promover, Maduro propõe a criação de uma Zona Livre de Armas Nucleares na Ásia Ocidental, «e exigir ao Conselho de Segurança [da ONU] um mecanismo imediato de desarmamento nuclear em Israel, cujo arsenal secreto representa uma grave ameaça à estabilidade regional e do mundo».

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