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França: oitava jornada de mobilização em dois meses contra a reforma das pensões

As ruas, avenidas e praças de França voltaram a encher-se de manifestantes que contestam o projecto do governo, num dia em que a comissão mista chegou a acordo sobre o texto a ser votado.

Manifestação contra a reforma das pensões, em Paris, a 15 de Março de 2023 
Manifestação contra a reforma das pensões, em Paris, a 15 de Março de 2023 CréditosThomas Samson / francetvinfo.fr

De acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), um dos sindicatos que integram a Intersindical, esta quarta-feira vieram para as ruas 1,7 milhão de pessoas, 450 mil das quais em Paris. Os números do Ministério do Interior são, como sempre, bastante mais baixos.

Em Marselha, mobilizaram-se 160 mil pessoas, também segundo a CGT, que deu conta de muitas outras manifestações – como em Toulouse (90 mil pessoas), Bordéus (50 mil), Le Havre (30 mil), Limoges (25 mil), Lyon (22 mil) ou Caen (20 mil). 

Nelas, os participantes condenaram a insistência do governo francês e do presidente da República, Emmanuel Macron, de levar por diante a reforma das pensões, ignorando a ampla oposição popular expressa nas ruas desde 19 de Janeiro e em sondagens repetidas.

Tal como nas jornadas de luta de 19 e 31 de Janeiro, 7, 11 e 16 de Fevereiro, e 7 e 11 de Março, os manifestantes exibiram múltiplas faixas e cartazes a expressar revolta, sobretudo contra a exigência de que tenham de trabalhar mais anos.

Faixa da Intersindical / @lacgtcommunique

De acordo com a imprensa francesa, o ambiente nas ruas, esta quarta-feira, foi mais tenso, tendo em conta que se aproxima uma eventual aprovação do projecto contestado, também por implicar o aumento do período de contribuições e a eliminação de regimes especiais de reforma.

Artigo «antidemocrático» na berlinda

Enquanto, decorriam os protestos pelo país fora, na capital uma comissão mista de sete senadores e sete deputados chegou a acordo sobre o texto a ser votado esta quinta-feira, primeiro no Senado, dominado pelos conservadores, e depois na Assembleia Nacional, onde Macron já não conta com maioria absoluta.

Uma possibilidade muito discutida nos últimos dias é a de o governo poder recorrer ao artigo 49.3 da Constituição (que lhe permite aprovar projectos sem o voto parlamentar), no caso de percepcionar que a reforma não passa na Assembleia.

Phillipe Martinez, secretário-geral da CGT, e outros dirigentes sindicais exortaram o executivo a ouvir as exigências dos sindicatos e da maioria da população, sublinhando que o recurso ao 49.3 irá aumentar o mal-estar.

Apesar de reconhecer que esse artigo está na Constituição, Martinez disse que usá-lo seria impor a reforma à força, uma «manobra afastada de atitudes democráticas».

Intersindical pede aos deputados que rejeitem este projecto de lei

Por via de um comunicado lido esta quarta-feira por Benoît Teste, secretário-geral da FSU, a Intersindical «apela solenemente aos deputados que votem conta o projecto de lei» de reforma das pensões.

«Essa rejeição estaria de acordo com a vontade geral que foi amplamente expressa no debate público», afirma o texto divulgado pelo Le Monde.

Na ocasião, ficou-se ainda a saber que os dirigentes dos oito principais sindicatos franceses vão dar uma conferência de imprensa esta quinta-feira, às 12h30, em frente à Assembleia Nacional, para tentar influenciar o voto.

Os sindicatos acusam o governo francês de ter utilizado «todos os artifícios constitucionais para limitar os debates parlamentares», considerando que se trata de uma «negação da democracia», «indigna e perigosa», bem como de «um desprezo pela expressão amplamente maioritária da população e da democracia social.

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