Cerca de 200 mil manifestantes e dezenas de milhares de grevistas aderiram a uma nova jornada de luta convocada pela Intersindical, exigindo «viver melhor com os frutos do seu trabalho», revela a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que destaca a grande presença de trabalhadores da Saúde, tendo em conta «a situação catastrófica nos hospitais e as condições de trabalho».
Com a convocatória, a Intersindical chamou a atenção para uma série de questões centrais e prementes para os trabalhadores, em que se incluem o aumento dos salários, a valorização das reformas, a igualdade entre homens e mulheres.
Também uma mais justa distribuição da riqueza, maior protecção no desemprego e investimento nos serviços públicos, bem como a denúncia da reforma das pensões que Macron aprovou por decreto e das políticas de austeridade.
«Em França e na Europa, o patronato e os governos procuram impor políticas de austeridade», afirma a CGT no seu portal, sublinhando que essa opção conduz a um beco sem saída, deteriora os serviços e os bens públicos, destrói as indústrias, para benefício do capital, que «captura a riqueza criada pelo trabalho».
Por toda a Europa, enriquece uma minoria extrema
Por toda a Europa, os trabalhadores são confrontados com «o aumento indecente da riqueza de uma minoria extrema em detrimento de milhões de trabalhadores e reformados», e ganha forma a reivindicação contra «o pacto de austeridade».
Esta dimensão europeia e mundial, indica a central sindical de classe, ficou patente na jornada nacional de greve e mobilização de sexta-feira com a presença de mais de três dezenas de delegações estrangeiras e cerca de mil sindicalistas europeus na manifestação que teve lugar em Paris.
Precisamente neste contexto, esteve na capital francesa uma delegação da CGTP-IN, «em solidariedade com os trabalhadores e o povo francês».
«Os trabalhadores portugueses também sofrem com a austeridade, que se traduz em salários mais baixos, na precariedade, no elevado custo de vida e na falta de reconhecimento dos trabalhadores. Estamos a manifestar-nos em Paris em solidariedade com os trabalhadores franceses», disse Dinis Lourenço, dirigente da Interjovem/CGTP-IN, citado pela CGT.
Trampolim para novas mobilizações
Em comunicado, a CGT defende que este 13 de Outubro deve ser um trampolim para dinamizar novas acções de luta, caso governo e patronato se recusem a responder de forma favorável às reivindicações que serão apresentadas na negociação colectiva.
«O êxito desta jornada nacional de mobilizações e greves deve ter seguimento», afirma a central sindical, notando que se trata de «um importante ponto de apoio» para um processo que conduza à implementação de medidas com vista a uma melhor remuneração do trabalho, à igualdade salarial e ao reforço do financiamento do sistema de protecção social.
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