A greve desta terça-feira, que abrangia sectores como a Educação, a Saúde e a Administração Pública, foi convocada pela Intersindical, plataforma que reúne os principais sindicatos do país, incluindo a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), bem como a Force Ouvrière (FO) e os Solidaires, entre outros.
Num comunicado anterior à jornada de luta, a plataforma intersindical destacou que ela se concretizava em virtude da ausência de perspectivas de aumentos salariais face à subida da inflação.
Neste sentido, os sindicatos, além de exigirem negociações que permitam responder aos anseios dos trabalhadores, criticaram o anúncio de cortes orçamentais, no valor de 10 mil milhões de euros, por parte do governo francês, que «instaura a austeridade».
Já ontem ao final do dia, a CGT emitiu um comunicado em que dá conta de uma jornada de greve «bem-sucedida» e uma mobilização «massiva» dos trabalhadores da Função Pública por melhores salários e condições de trabalho, e em defesa dos serviços públicos.
Houve manifestações ou concentrações em mais de 130 pontos do país, refere a estrutura sindical, que estima em mais de mais de 100 mil os funcionários públicos que vieram para as ruas.
Sem apresentar valores detalhados de adesões à greve, a CGT indica que, nalguns casos, essa adesão ultrapassou os 30%.
O governo deve ouvir a «revolta» dos trabalhadores
«Juntos, os funcionários expressaram a sua recusa em ver o seu poder de compra deteriorar-se ainda mais em 2024, sem qualquer aumento geral», sublinha a nota, que também faz referência ao «não» dos trabalhadores a uma «remuneração "baseada no mérito", porta aberta a todo o tipo de clientelismo», ou ao agravamento da discriminação das mulheres, «por via do aumento de prémios que não contam para a reforma».
Outra exigência dos trabalhadores é a dos meios necessários ao cumprimento do serviço público em boas condições, tanto para os utentes como para eles mesmos, o que, destaca a CGT, vai na direcção oposta à dos cortes orçamentais que o macronismo está a implementar este ano e prevê levar a cabo em 2025.
«O governo deve ouvir esta revolta e acabar com as suas políticas de austeridade», afirma a central sindical, sublinhando que, se a recusa do governo em negociar e as orientações danosas para os trabalhadores persistirem, a luta vai continuar e reforçar-se.
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