Uma caravana composta por 53 camiões-cisterna partiu, este sábado, dos campos petrolíferos da província de Hasaka, no Nordeste da Síria, e entrou no Iraque através da passagem ilegal de al-Mahmudiya, indica a agência Sana, com base em fontes localizadas na região de al-Yarubiah.
Tal como noutras ocasiões, a acção foi levada a cabo em coordenação com as chamadas Forças Democráticas da Síria (FDS), maioritariamente integradas por milícias curdas que são apoiadas e financiadas por Washington.
Também este mês, no passado dia 4, a agência noticiosa revelou que as forças militares dos Estados Unidos organizaram duas caravanas a partir de Hasaka, uma delas com 36 camiões-cisterna carregados de crude e a outra com 24 camiões de trigo, que chegaram ao Iraque através das passagens fronteiriças ilegais de al-Walid e de al-Mahmudiya.
Com as forças de ocupação norte-americanas e as suas milícias mercenárias a dominarem 90% das zonas de produção petrolífera da Síria, mantém-se o saque aos seus recursos – num contexto de escassez aguda de derivados de petróleo e de grande crise enérgica no país levantino.
Antes da guerra, em 2011, a Síria produzia mais de 380 mil barris diários de crude, segundo dados divulgados pelo Ministério do Petróleo. Actualmente, a produção doméstica situa-se apenas nos 80 mil barris, 66 mil dos quais são saqueados pelas tropas norte-americanas e as FDS.
Em meados de Dezembro último, as autoridades sírias avançaram que a estimativa de perdas totais no sector petrolífero – provocadas pelas acções hostis das forças de ocupação norte-americanas e os vários grupos armados ilegais que financia e apoia – tenham chegado quase a 112 mil milhões de dólares.
Ocupação, saque e sanções provocam grande sofrimento
Na sexta-feira passada, o ministro do Petróleo e dos Recursos Minerais, Bassam Touma, afirmou que a ocupação norte-americana de partes do território sírio, o saque contínuo dos recursos naturais do país e as sanções que lhe são impostas pelos EUA e aliados são «responsáveis pelo imenso sofrimento do povo sírio».
Touma falava na sessão virtual intitulada «Segurança Energética e Desenvolvimento. Rota para a Prosperidade», no âmbito da cimeira «Voz do Sul Global», organizada pela Índia nos dias 12 e 13 de Janeiro.
O ministro sírio – refere a Sana – apontou os desafios que os seus compatriotas estão a enfrentar na área da energia, tendo afirmado que a guerra de agressão contra o seu país provocou uma enorme diminuição na produção de petróleo, gás e electricidade.
Bassam Touma aproveitou a ocasião para pedir às empresas estrangeiras que participem nos projectos de desenvolvimento do seu país nas áreas da exploração petrolífera e de gás, e que invistam ali nas energias renováveis.
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