Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para analisar a situação na Ucrânia, o diplomata russo classificou como «ingerência inadmissível» nos assuntos internos do seu país a declaração da delegação norte-americana para justificar o encontro, uma vez que considera o destacamento de tropas russas em território russo como uma ameaça à paz internacional.
«Na verdade, sugerem que convoquemos uma reunião do Conselho de Segurança com base em especulações e acusações infundadas, que refutámos repetidamente», frisou, citado pela TASS.
Nebenzia referiu que o formato aberto da reunião, proposto pelos Estados Unidos, associado ao tema «extremamente provocador», fez do encontro «um exemplo clássico de diplomacia de megafone».
O representante russo disse «entender perfeitamente o zelo» dos seus colegas norte-americanos «em espalhar a histeria em torno das suas próprias alegações sobre os preparativos de uma agressão russa», sublinhando que a utilização das tribunas do Conselho de Segurança coloca os países-membros «numa posição bastante incómoda».
Neste contexto, o diplomata russo destacou que as acções de Washington «não são menos prejudiciais» para a Ucrânia, cujo presidente, Vladimir Zelensky, pediu nos últimos dias aos países ocidentais que não exacerbem «a histeria sem fundamento sobre a presença de tropas russas perto da fronteira, já que todo esse exagero prejudica a economia ucraniana».
«"Não precisamos deste pânico", disse o Sr. Zelensky. Mas parece que isso é do interesse de quem promove o tema da mítica ameaça russa», afirmou Nebenzia.
Acrescentou que altos responsáveis em Kiev afirmaram publicamente nas últimas semanas que não existe uma ameaça à Ucrânia por parte da Rússia, ao contrário do que afirma Washington, que, denunciou Nebenzia, está a tentar enganar a comunidade internacional sobre a situação real na região.
«Não apresentam provas»
De acordo com o comunicado publicado pela embaixadora norte-americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, a reunião visava debater «um assunto de importância crucial para a paz e a segurança internacional», face ao alegado «comportamento ameaçador» da Rússia contra a Ucrânia.
Por seu lado, o representante russo instou a parte norte-americana a aproveitar a reunião para apresentar alguma prova das suas acusações, frisando que «os responsáveis russos não fizeram uma única ameaça de invasão à Ucrânia».
Nebenzia pediu ainda aos seus colegas que deixem de utilizar o Conselho de Segurança como instrumento «para implementar os posicionamentos da propaganda do Ocidente».
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