Unidades do Distrito Militar Sul e do Distrito Militar Oeste das Forças Armadas da Rússia começaram a regressar, esta terça-feira, às suas bases permanentes, depois de participarem em exercícios de treino de combate, informou o Ministério russo da Defesa.
A este propósito, Peskov disse à imprensa que «a Rússia irá continuar a realizar exercícios militares em todo o seu território». «Um direito que não está sujeito a discussão com ninguém», sublinhou.
No dia anterior, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, explicou que algumas das manobras militares de grande escala tinham terminado e outras iriam terminar num futuro próximo, indica a agência Prensa Latina.
«O Ocidente foi destruído sem um tiro disparado»
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, não se poupou nos termos do contra-ataque que dirigiu à imprensa ocidental, há semanas a prever um «ataque iminente» e a falar da «agressão russa» – até nos programas matinais da TV –, que podia estar a poucas horas de acontecer, contra a Ucrânia.
Sem se poupar nas palavras, Zakharova designou 15 de Fevereiro de 2022 como o dia do «falhanço da propaganda ocidental», destacando que o Ocidente tinha sido «envergonhado e destruído sem um único disparo», refere a RT.
Pouco depois de Zakharova, o titular da pasta, Sergei Lavrov, classificou a campanha mediática ocidental sobre a alegada «invasão iminente» como «terrorismo informativo».
«Sobre os exercícios militares, quero sublinhar, mais uma vez, que a Rússia os está a realizar no seu território», disse o diplomata numa conferência de imprensa com o seu homólogo polaco, acrescentando que as manobras têm lugar «independentemente de quem pense o quê, da histeria que se monte em redor, do verdadeiro terrorismo informativo, não hesito em usar esta palavra».
Putin reafirma que Rússia é contra a guerra
Nunca conferência de imprensa conjunta em Moscovo com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Vladimir Putin reafirmou, esta terça-feira, que o seu país não quer a guerra e, nesse sentido, propôs a realização de negociações para garantir a segurança na Europa.
Ao abordar a ameaça de guerra no continente, o presidente russo lembrou que a NATO já desencadeou uma: o bombardeamento da Jugoslávia. Esclareceu ainda que Moscovo não recebeu propostas substanciais sobre as garantias de segurança e que não pode fazer vista grossa ao facto de Washington e a Aliança Atlântica estarem a «interpretar de forma bastante livre e em seu benefício» os «princípios-chave da segurança igual e indivisível, consagrados em muitos documentos europeus», indica a TASS.
Lembrando que este princípio estipula que a liberdade de escolher alianças fica limitada pela necessidade de evitar que alguns países fomentem a sua segurança à custa da segurança dos outros, Putin falou das exigências fundamentais da Rússia, que passam pelo fim da expansão da NATO para leste, a não instalação de armamento ofensivo perto das fronteiras russas e o regresso do potencial e da infra-estrutura militar do bloco atlântico na Europa à situação de 1997, quando foi assinada a Acta Fundacional Rússia-NATO.
Ocidente precisa de mais «provas»
Reagindo à notícia de que algumas tropas russas tinham começado a regressar às suas guarnições, depois de concluídos os exercícios militares em que participavam, o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou ontem que os EUA não tinham «confirmado» essa informação.
Em conferência de imprensa, disse ainda que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia podia acontecer. Outros dirigentes ocidentais e a imprensa ao seu serviço também se mostraram cépticos, refere a RT, tendo alguns chegado a afirmar que as tropas se estavam a reposicionar no terreno – para um ataque.
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