Dezenas de milhares de nacionalistas de extrema-direita manifestaram-se este sábado nas ruas de Varsóvia, no contexto das comemorações do 99.º aniversário da refundação da Polónia como país.
Horas antes, o presidente polaco, Andrzej Duda, tinha presidido às cerimónias oficiais, que contaram com a presença do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro do país. No entanto, estas cerimónias, assim como outros eventos de natureza patriótica agendados para ontem, foram ofuscadas pela manifestação de extrema-direita na capital.
Nela, cerca de 60 mil manifestantes enalteceram ideias xenófobas, a supremacia branca, o anti-semitismo e a islamofobia. Na sua grande maioria, eram jovens, de cara tapada, com garrafas de cerveja na mão e tochas; mas também havia famílias e gente mais velha, revela o The Guardian.
Numa das faixas que levavam, lia-se «Por uma irmandade entre as nações brancas da Europa». «Deus, honra, pátria», «Glória aos nossos heróis», «Morte aos inimigos da Pátria» e «Queremos a Deus», que era o lema da marcha deste ano, foram algumas das palavras de ordem ouvidas, segundo a Associated Press.
Os organizadores falaram da importância de «combater os liberais e de defender o cristianismo». Durante a marcha, os manifestantes gritaram também palavras de ordem contra os refugiados e em defesa de uma «Polónia pura, Polónia branca», e mostraram bandeiras negras com o símbolo da Falanga, organização fascista dos anos 30.
A televisão estatal TVP classificou a manifestação como uma «grande marcha de patriotas», refere o The Guardian, enquanto o ministro do Interior, Mariusz Blaszczak, disse que era «uma coisa bonita de se ver», manifestando o seu «orgulho por tantos polacos terem decidido participar numa celebração associada ao dia da independência».
Também ontem, na capital polaca, houve uma contra-manifestação antifascista, de menor dimensão. Apesar de as autoridades terem mantido as duas mobilizações separadas, para evitar incidentes, elementos da extrema-direita atacaram um grupo de mulheres que mostravam uma faixa com a inscrição «Stop fascismo» e gritavam palavras de ordem antifascistas.
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