A organização juvenil de esquerda, com mais de quatro milhões de membros filiados, juntou-se desta forma às mobilizações que terão lugar até sexta-feira com propósito semelhante, convocadas pelos partidos Comunista da Índia, Comunista da Índia (Marxista), Comunista da Índia (Marxista-Leninista), o AIFB e o RSP.
Num comunicado conjunto, os partidos de esquerda afirmam que os protestos, que assumem diferentes formatos nos diversos estados do país, expressam a condenação da cumplicidade de Washington com o genocídio dos palestinianos perpetrado por Israel.
Com as manifestações, afirmam, deixam patente a oposição ao imperialismo norte-americano e exigem aos Estados Unidos que parem de apoiar financeiramente e com armamento o Exército sionista, e garantam um cessar-fogo imediato.
Numa audiência pública em Nova Déli, realizada dia 7, os secretários-gerais dos partidos referidos exigiram o fim da guerra de agressão de Israel contra os territórios ocupados, que, nesta fase mais recente, provocou mais de 10 700 mortos (40% dos quais crianças) e mais de 28 mil feridos.
Também pediram ao governo indiano, liderado por Narendra Modi, que deixe de apoiar o genocídio americano-israelita dos palestinianos e se junte ao apelo mundial de um cessar-fogo.
Diálogo Ministerial 2+2
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrageiros da Índia confirmou a realização, amanhã, do chamado Diálogo Ministerial 2+2 entre os secretários norte-americanos de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, e os seus homólogos indianos, o ministro dos Negócios Estrageiros, Subrahmanyan Jaishankar, e o titular da pasta da Defesa, Rajnath Singh.
De acordo com a comunicação oficial, o encontro irá permitir, entre outros aspectos, rever ao mais alto nível os avanços alcançados em matéria de cooperação nas áreas da defesa e da segurança.
A ocasião será ainda aproveitada pelos representantes governamentais, segundo a nota, para fazer avançar o roteiro com vista à associação entre Índia e EUA, bem como para discutir questões ligadas ao aprofundamento da cooperação em plataformas multilaterais e no quadro do Diálogo de Segurança Quadrilateral (QUAD), mecanismo que ambos os países integram, juntamente com a Austrália e o Japão.
Central sindical pede ao governo indiano que não envie trabalhadores para Israel
O Centro dos Sindicatos Indianos (CITU) criticou fortemente o plano da Associação de Construtores de Israel de contratar entre 50 mil e 100 mil trabalhadores indianos para substituir os 90 mil palestinianos que deixaram de ter autorização para trabalhar nos territórios da Palestina ocupados em 1948, na sequência da Declaração Balfour.
Segundo refere o Newsclick, a associação de construtores do Estado sionista já solicitou autorização ao governo de Netanyahu e está a negociar com a Índia, esperando dessa forma «trazer de volta o sector à normalidade».
Na terça-feira, o CITU confirmou estas informações em nota de imprensa e, denunciando «as acções brutais e desumanas do governo israelita contra os trabalhadores palestinianos», exigiu ao governo de Modi que não envie para o Estado ocupante trabalhadores indianos, incluindo do sector da construção.
Pedindo aos trabalhadores indianos que se recusem a aceitar qualquer proposta neste sentido, o CITU congratulou-se com «a resolução aprovada pela Federação dos Trabalhadores da Construção da Índia opondo-se a qualquer iniciativa desse tipo» e instou o governo indiano a apoiar um cessar-fogo imediato.
Em solidariedade com o povo palestiniano, a organização sindical afirmou ainda a sua adesão às mobilizações de protesto contra a presença de Blinken e Austin na Índia.
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