A jornada nacional de solidariedade com a Palestina, no dia 17, foi convocada por partidos de esquerda na Índia e teve expressão em Jammu e Caxemira, Uttar Pradesh, Jharkhand, Odixa, Bengala Ocidental e Uttarakhand, entre outros estados, mobilizando milhares de pessoas.
O acto central teve lugar na capital do país sul-asiático, Nova Déli, com os manifestantes a exibirem faixas e cartazes, e a gritarem palavras de ordem a favor da luta do povo palestiniano e contra a agressão sionista à Faixa de Gaza, que dura há mais de 20 meses.
Na mesma ocasião, denunciaram o governo indiano por não ser capaz de estar ao lado da Palestina ocupada, bem como a sua relutância em posicionar-se contra o ataque não provocado de Israel ao Irão, refere o Peoples Dispatch.
Governo indiano submete-se aos ditames imperialistas
Nas concentrações, marchas e encontros realizados em Nova Déli e noutros pontos do país, os manifestantes acusaram o governo central de submeter por completo a sua independência aos ditames imperialistas de Israel e dos EUA, e sublinharam a dimensão «sem precedentes» da agressão sionista a Gaza.
Com a participação de dirigentes do Partido Comunista da Índia (Marxista) e de outros partidos de esquerda, de membros de associações de estudantes, sindicatos e instituições académicas, os protestos ecoaram a acusação de que as potências ocidentais «são tão responsáveis como Israel por estes actos de matança deliberada de centenas de milhares de pessoas inocentes» e manifestaram a esperança de que «todos estes líderes criminosos sejam responsabilizados».
No que respeita à agressão perpetrada por Israel contra o Irão, afirmaram que se trata de «um exemplo flagrante da impunidade israelita, defendida e promovida pelos EUA», e exigiram o fim imediato da agressão sionista ao Irão, de modo a «travar quaisquer ameaças futuras à paz e à estabilidade».
Índia tem de pôr fim a quaisquer laços militares com Israel
Ao intervir em Nova Déli, M. A. Baby, secretário-geral do PCI(M), classificou Israel como «Estado desonesto» e «maior terrorista do mundo», tendo reclamado ao governo de Narendra Modi que corte todos os seus laços políticos e militares com ele.
Segundo refere a fonte, Baby apontou os ataques israelitas a Gaza e ao Irão como «actos de agressão não provocados», afirmando que o motivo por trás deles é o mesmo: «espalhar o terror e um culto de violência e de destruição».
Para o dirigente comunista, a Índia deve deixar de fornecer armas a Israel e as empresas indianas devem deixar de colaborar com as israelitas ao nível da defesa.
A Narendra Modi, disse-lhe que deve acabar com o silêncio sobre a «inaceitável» agressão israelita ao Irão, e pediu-lhe que «articule a voz colectiva do povo indiano, que é contra a intimidação, contra a guerra e contra as agressões imperialistas».
Por seu lado, o secretário-geral do Partido Comunista da Índia, D. Raja, disse que os EUA estão a usar Israel para manter a sua hegemonia no Médio Oriente e que a Índia jamais deverá ser um acessório nesta relação.
Raja destacou ainda o posicionamento histórico da Índia de solidariedade com os povos oprimidos e colonizados, afirmando que os partidos de esquerda não vão permitir que um governo de extrema-direita traia esse «grande legado».
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