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Defesa da autodeterminação do Saara Ocidental em Timor-Leste

A capital timorense acolheu, esta semana, uma conferência solidária com o povo saarauí, que antecedeu a celebração do Seminário Regional do Comité de Descolonização da ONU.

O seminário regional de descolonização seguiu-se, em Díli, à conferência solidária Créditos / aps.dz

A Conferência Ásia-Pacífico de Solidariedade com o Saara Ocidental juntou em Díli, na passada segunda-feira, diversos grupos solidários da região, autoridades timorenses, representantes do corpo diplomático acreditado no país, entre outros.

O evento, co-organizado pelo Fórum das Organizações Não-Governamentais de Timor-Leste e a Embaixada do Saara Ocidental em Díli, com o apoio do movimento solidário na região, visou consolidar «o apoio à luta do povo saarauí pela sua independência».

Na ocasião, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, fez uma intervenção marcante de apoio ao direito do povo saarauí à autodeterminação e independência, lamentando «a fraca resposta da comunidade internacional face às violações dos direitos do povo do Saara Ocidental», refere a agência Tatoli.

Já Sidi Omar, representante da Frente Polisário junto das Nações Unidas, apontou as injustiças persistentes sofridas pelo seu povo, mas destacando o facto de nunca ter vacilado. «Mantemo-nos firmes no nosso direito à autodeterminação, consagrado na Resolução 1514 da ONU», disse.

O diplomata frisou ainda a necessidade de internacionalizar mais a causa do Saara Ocidental, de «ampliar as campanhas de sensibilização e solidariedade».

Apelo a um esforço internacional renovado e coordenado

A conferência solidária antecedeu o Seminário Regional do Pacífico sobre Descolonização, que teve lugar em Díli de 21 a 23 de Maio, promovido conjuntamente pelo Comité Especial das Nações Unidas sobre Descolonização (C24) e o governo timorense, sob o lema «Caminhos para um futuro sustentável – promoção do desenvolvimento socioeconómico e cultural dos Territórios Não Autónomos».

Na sessão de abertura do evento, que contou com a participação de cerca de 100 pessoas, provenientes de quase 50 países, o presidente de Timor-Leste, Ramos Horta, afirmou que o seu país «acredita firmemente que o processo de descolonização permanece incompleto enquanto houver povos cuja vontade livre e genuína não tenha sido ouvida, respeitada e implementada».

Delegações de vários países, como Bolívia, Cuba, Timor-Leste, Nicarágua, Etiópia, Angola, Moçambique, África do Sul, Namíbia, Belize ou Venezuela, recordaram que o Saara Ocidental é uma questão de descolonização por concluir.

Ao intervir no evento, o ministro timorense dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Bendito dos Santos Freitas, reiterou o apoio firme de Timor-Leste «às legítimas aspirações do povo saarauí», indica a agência Sahara Press Service (SPS).

No mesmo contexto, apelou a um esforço internacional renovado e coordenado para facilitar negociações sérias entre Marrocos e a Frente Polisário, com a participação activa das Nações Unidas e de organizações regionais, para pôr fim a este processo de descolonização.

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