A 47.ª edição do maior encontro solidário com o povo saarauí, que decorreu em Toledo (Espanha) nos dias 1 e 2 de Dezembro, juntou cerca de 260 participantes de vários países, entre representantes institucionais, de partidos políticos, sindicatos e organizações de solidariedade com o povo saarauí.
De modo a que os debates, as propostas e as conclusões fossem o mais interdisciplinares e transversais possível, os participantes dividiram-se em quatro grupos de trabalho: «Recursos Naturais», «Política e informação», «Consolidação do Estado» e «Direitos Humanos».
Na sua página de Facebook, o CPPC revela que, além de participar nos debates ocorridos nestes grupos, teve ainda a oportunidade de expressar «uma mensagem de solidariedade ao povo saarauí e à Frente Polisário, sua legítima representante, condenando a ocupação do Saara Ocidental pelo reino de Marrocos e reafirmando que o direito à autodeterminação do povo sarauí deve ser respeitado e cumprido».
Neste sentido, o organismo português afirma-se empenhado na «denúncia da política de ocupação e opressão de Marrocos» nos territórios do Saara Ocidental, bem como na «exigência de que o Governo português exerça uma efectiva e coerente acção em prol do cumprimento do direito internacional, designadamente do inalienável direito à autodeterminação do povo saarauí».
CIG também presente na EUCOCO
A Confederação Intersindical Galega (CIG), por via do seu Departamento de Relações Internacionais, deu conta da sua participação num encontro que «visa dar apoio político e social ao governo da RASD [República Árabe Saarauí Democrática] nos diversos foros internacionais e nos países das organizações representadas, bem como procurar soluções para a difícil situação por que está a passar o povo, tanto nos territórios ocupados por Marrocos como nos acampamentos de Tindouf, ou na diáspora».
Expressando «solidariedade incondicional» a todas as mulheres palestinianas, a União Nacional das Mulheres Saarauís (UNMS) destaca a situação que elas mesmas vivem nos territórios ocupados por Marrocos. Num documento emitido por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de Novembro), a UNMS denunciou a violência a que são submetidas as mulheres saarauís nas cidades sob domínio do ocupante marroquino. O texto chama a atenção para «a opressão e os abusos» que as mulheres saarauís sofrem às mãos das «forças repressivas marroquinas», tendo-se referido, nomeadamente, às «tareias, violações e torturas verbais e morais», bem como à «criminalização e fabrico de acusações contra elas», indica a agência Sahara Press Service (SPS). Não esquecendo também a situação que vivem as mulheres palestinianas nos territórios ocupados pelas forças israelitas, o organismo criado em 1974 apela às organizações internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, que garantam «a protecção das mulheres, em especial das saarauís e palestinianas, que são sujeitas a diversos tipos de opressão por parte da ocupação, perante um terrível e vergonhoso silêncio da comunidade internacional». De acordo com a SPS, a União Nacional de Mulheres Saarauís exige, além disso, que as organizações humanitárias e de direitos humanos «pressionem Marrocos para que detenha a repressão e as violações dos direitos humanos das mulheres nas Zonas Ocupadas do Saara Ocidental». Promovida pela pelo MDM – Movimento Democrático de Mulheres, em conjunto com a Junta de Freguesia de Silves e Câmara Municipal de Silves, a exposição fotográfica «Mulheres de areia. No deserto em busca da liberdade», inaugurada no Mercado de Silves no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, estará patente ao público até 17 de Dezembro deste ano. [Sobre a inauguração, mais informação no portal jf-silves.pt.] Quando da inauguração desta exposição documental em Setúbal, em Julho de 2020, o MDM afirmou a propósito no seu portal: «Ilustra as condições de vida e a trágica realidade do povo saarauí refugiado no deserto há mais de 40 anos.» O Movimento Democrático de Mulheres explicou igualmente que se trata de mostrar «a resistência do povo e o papel essencial da mulher saarauí nos acampamentos de refugiados em Tindouf, na Argélia». A mostra, que é «uma visão feminina sobre este conflito», resulta da «participação de uma delegação do MDM no VIII Congresso da União Nacional das Mulheres Saarauís, em Fevereiro de 2019». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Mulheres saarauís condenam «opressão e abusos» nas cidades ocupadas
«Mulheres de areia. No deserto em busca da liberdade», exposição em Silves
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Nos dois dias de duração do encontro, chamou-se a atenção para a responsabilidade do executivo espanhol no conflito e fez-se uma dura crítica à mudança de atitude do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, refere a central sindical de classe em nota.
Também se procuraram encontrar estratégias comuns de colaboração e cooperação com vista a coordenar as acções destinadas «a pôr fim ao saque dos recursos naturais do território saarauí», levado a cabo por Marrocos, a União Europeia e diversas empresas.
Em simultâneo, instou-se as Nações Unidas a pôr em marcha, de forma imediata, as resoluções tomadas, e que seja realizado, de uma vez por todas, o referendo de autodeterminação que conduza à independência do Saara Ocidental.
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