«Reiteramos a nossa exigência aos Estados Unidos de que se retirem imediata e incondicionalmente do nosso território e respeitem a vontade dos sírios que rejeitam a ocupação as acções criminosas» das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS; milícias predominantemente curdas, apoiadas pelos EUA), afirmou o Ministério no sábado num comunicado divulgado pela agência Sana e outros meios de comunicação.
No documento, o governo de Damasco condenou Washington pelo apoio que presta a milícias separatistas, utilizando-as como «ferramenta barata em seu poder para implementar os seus esquemas anti-sírios».
Além disso, acusou as FDS, que recebem apoio militar e financeiro dos EUA, de terem lançado «ataques criminosos» contra a população civil nas províncias de Deir ez-Zor e Hasakah, no Nordeste do país, «provocando a morte de vários cidadãos sírios, incluindo mulheres e crianças».
«Todas as acções desumanas e imorais das FDS contra a população nas regiões Leste e Nordeste, incluindo a proibição do acesso ao abastecimento de alimentos e água potável, têm como objectivo agravar o sofrimento dos sírios e prolongar a guerra contra eles», destaca o texto, que alude ao bloqueio imposto pelas milícias apoiadas pelas forças norte-americanas a zonas controladas pelo governo sírio no Nordeste do país.
Damasco condenou igualmente os ataques aéreos recentes, perpetrados pela aviação de combate dos EUA «contra civis inocentes que apenas defendiam as suas famílias, terras e propriedades», referindo-se ao apoio que os Estados Unidos deram às FDS, a semana passada, depois de estas milícias terem sido alvo de uma grande ofensiva por parte das tribos árabes, na província de Deir ez-Zor.
Segundo refere a Al Mayadeen, os confrontos prolongaram-se ao longo de vários dias, com as forças tribais árabes, apoiadas pelo governo sírio, a libertarem várias localidades controladas pelas FDS e as tropas norte-americanas. Entretanto, com o apoio aéreo dos EUA, as milícias separatistas reconquistaram as suas posições e impuseram um cerco apertado a partes de Hasakah e à cidade de Qamishli.
«A Síria reafirma que a vontade do seu povo de libertar a sua terra e preservar a sua soberania será concretizada, sem importar a dimensão dos sacrifícios», afirma ainda o comunicado emitido pelo Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, sublinhando que o empenho do país na libertação «não será dissuadido pelo terrorismo e os crimes destas milícias».
As FDS, que recebem treino, armas e dinheiro de Washington, controlam a maior da al-Jazira, a região rica em petróleo e gás do Nordeste da Síria, onde as forças de ocupação dos EUA, presentes no país levantino sem convite do governo de Damasco ou qualquer mandato da ONU, detêm mais de uma dezena de bases.
Não é a primeira vez que as forças tribais árabes se revoltam contra as milícias maioritariamente curdas no Nordeste da Síria, devido às «acções criminosas» que praticam, à aliança que mantêm com as forças de ocupação norte-americanas e ao roubo constante de crude e cereais.
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