«Repudiamos a ocupação em todas as suas formas e optamos pela resistência popular, incluindo a armada, para libertar o nosso solo dos ocupantes norte-americano e turco», lê-se na declaração final do Encontro de Tribos e Clãs Árabes celebrado esta segunda-feira na província síria de Deir ez-Zor.
«A resistência popular é o caminho para libertar a nossa terra dos ocupantes e dos seus instrumentos baratos, que saquearam os recursos do nosso povo e da nossa pátria», insiste a nota, fazendo alusão a forças colaboracionistas.
O texto pede que se preste todo o apoio necessário às populações que residem em zonas controladas pelos ocupantes e suas milícias mercenárias, bem como nas áreas a elas adjacentes, de modo a fortalecer o «espírito de resistência».
Em várias localidades, há um levantamento contra a repressão dos mercenários a soldo dos EUA. Tribos sírias anunciaram o início da resistência popular armada contra as forças de ocupação e seus aliados. «As tropas norte-americanas e a sua milícia mercenária FDS pisaram todas as linhas vermelhas ao cometer crimes contra a pátria e a sociedade», indicou a tribo árabe al-Ukaidat numa declaração que emitiu após uma reunião dos seus dignatários e notáveis, este domingo, na província oriental de Deir ez-Zor, revela a Prensa Latina. Denunciou o saque das riquezas naturais da Síria e o assassinato de líderes tribais, o último dos quais, refere a agência, foi o do chefe Mutashar al-Hafl. «Decidimos criar um conselho político da tribo cuja função é gerir os assuntos em coordenação com as autoridades do Estado sírio», afirmou. A tribo, que é uma das maiores do país, decidiu também formar um exército de resistência. que começará a actuar de imediato em coordenação com o Exécito Árabe Sírio, com o objectivo de alcançar a libertação de todo o território das várias ocupações estrangeiras, que considerou um «alvo legítimo da resistência». Tambem a agência SANA noticia que, em diversas aldeias e cidades do Nordeste do país, tem estado a ocorrer um levantamento popular «contra as práticas» das chamadas Forças Democráticas Curdas (FDS; maioritariamente curdas e apoiadas pelos EUA), num contexto de apelos crescentes à unidade, por parte de clãs e tribos árabes, de modo a enfrentar e expulsar as milícias das FDS, bem como as forças de ocupação norte-americanas e turcas em território sírio. Nas últimas semanas, aumentaram as manifestações populares, sobretudo nas províncias de Deir ez-Zor e Hasaka, contra a presença das milícias mercenárias curdas e das tropas dos EUA. As FDS responderam com o cerco a diversas aldeias, impedindo a saída dos habitantes, sequestraram várias pessoas – uma prática comum há muito reportada – e reforçaram a sua presença com a cobertura dos militares norte-americanos, que, segundo denúncias de meios locais, efectuaram voos rasantes com helicópteros sobre as terras árabes para intimidar a população. Os confrontos entre a população árabe e as FDS têm vindo a aumentar, não havendo um registo preciso de baixas e danos, refere a Prensa Latina. O que diversas fontes confirmam é o ataque com armas ligeiras a uma caravana das FDS, formada por quatro viaturas, que seguia na estrada entre a cidade de Shadadi (Sul de Hasaka) e o campo petrolífero de Omar, na província de Deir ez-Zor. A caravana foi destruída. No Nordeste da Síria, as FDS e os Estados Unidos controlam campos petrolíferos e de gás. O acordo recente entre as milícias curdas e uma empresa norte-americana para «roubar o petróleo à Síria» não foi bem acolhido por grande parte da população, que se manifestou, indicam a Prensa Latina e a PressTV, uma vez que as riquezas do país não são investidas nos serviços básicos. As autoridades sírias condenaram o acordo, classificando-o como «nulo e sem efeito», e descrevendo-o como um contrato entre «ladrões que roubam e ladrões que compram». Os Estados Unidos têm tropas e pelo menos uma dezena de bases militares no Norte das províncias de Deir ez-Zor, Raqqa e Hasaka, onde fazem chegar constantemente diverso material proveniente do Iraque. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Aumenta resistência a milícias curdas e tropas dos EUA no Nordeste da Síria
Manifestações, repressão e caravana das FDS destruída
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«Ratificamos a nossa posição de apoio ao Exército sírio liderado pelo presidente Bashar al-Assad e apelamos à união de esforços para derrubar a agressão contra o país», afirma a declaração, citada pela SANA.
Os representantes tribais e dos clãs enviaram uma mensagem à comunidade internacional e à opinião pública mundial pedindo-lhes que condenem aquilo que qualificam como invasão norte-americana e turca do território sírio, bem como o saque e o roubo dos seus recursos.
Solicitaram ainda a esses destinatários a ajuda necessária para que seja possível o regresso dos refugiados ao país, e que pressionem a administração dos EUA no sentido de pôr fim ao bloqueio e às sanções económicas contra os sírios.
Forças dos EUA levam centenas de camiões com petróleo sírio para o Iraque
Uma caravana norte-americana, formada por 300 camiões cisterna, saiu esta terça-feira de território sírio e dirigiu-se para o Iraque, revelou a agência SANA com base em informações de civis.
Os camiões partiram dos campos petrolíferos de Sweidieh, no extremo Nordeste da província de Hasaka, e entraram no Iraque pela passagem fronteiriça ilegal de Mahmoudiya, não muito longe da de al-Walid, que as tropas norte-americanas utilizam com frequência.
Em declarações recentes à imprensa, o ministro sírio do Petróleo, Bassam Tomah, denunciou que as forças de ocupação norte-americanas e as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS; milícia mercenária curda) ocupam a maior parte das jazidas petrolíferas na região de Al-Jazira, no Nordeste do país, privando os sírios de 90% das suas riquezas do subsolo, refere a Prensa Latina.
Nas últimas semanas, Washington tem também levado da Síria para a região do Curdistão iraquiano várias caravanas com camiões carregados de trigo.
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