No final da 32.ª Cimeira do Conselho da Liga Árabe, celebrada a 19 de Maio em Jeddah (Arábia Saudita), o bloco regional emitiu uma declaração conjunta em que, entre outros aspectos, reafirma o apoio à libertação da Palestina.
Reiterando que a centralidade da questão palestiniana para os países árabes continua a ser «um dos principais factores de estabilidade na região», o texto condena «nos termos mais fortes as práticas e violações contra os palestinianos nas suas vidas, propriedades e existência», e sublinha a importância de intensificar os esforços com vista à criação de um Estado palestiniano independente e soberano «nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital».
Destacando a importância de reforçar uma acção árabe conjunta, «com base em fundamentos, valores, interesses e um destino comuns», bem como «a necessidade de cerrar fileiras, solidariedade e cooperação para manter a segurança e a estabilidade», os estados árabes apelam ao fim «da ingerência externa nos assuntos internos» dos países da região.
No texto, também se aborda, «com extrema preocupação», a situação no Sudão, afirmando-se a necessidade de uma «desescalada» e do diálogo; declara-se o apoio aos esforços de paz no Iémen; expressa-se solidariedade ao Líbano e insta-se os partidos a dialogar com vista a eleger um Presidente da República.
Al-Assad: «oportunidade histórica para reordenar e solucionar os nossos problemas»
O texto final do encontro também enaltece a decisão tomada a nível regional de promover o regresso da Síria à Lígia Árabe.
«Sublinhamos a importância de continuar a intensificar os esforços pan-árabes visando ajudar a Síria a ultrapassar a sua crise, em linha com os esforços árabes conjuntos e as relações fraternais que ligam todos os povos árabes», lê-se na Declaração de Jeddah, citada por The Cradle.
Durante a cimeira, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abu Gheit, deu as boas-vindas aos «irmãos sírios», tendo defendido que, hoje mais que nunca, existe uma oportunidade que não deve ser desperdiçada para solucionar politicamente a crise no país levantino.
Ao intervir, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que «as fissuras que surgiram durante a última década devem ser tratadas, e o mais importante é deixar que os povos lidem com os seus próprios assuntos e evitar a ingerência externa».
Para al-Assad, a actual conjuntura «é uma oportunidade histórica para reordenar e solucionar os nossos problemas com a menor ingerência estrangeira, e isso exige que nos reposicionemos neste mundo que hoje se forma».
Em seu entender, a acção árabe conjunta precisa de visões, estratégias e objectivos comuns, e a cimeira deve marcar o início de uma nova fase em prol da solidariedade e da paz, do desenvolvimento e da prosperidade na região, em vez da guerra e da destruição, indica a Sana.
Especialistas consultados pela agência Prensa Latina sublinharam que a participação da Síria, ao mais alto nível, trouxe um certo optimismo quanto à «tão sonhada unidade árabe» e enviou uma mensagem aos EUA de que «as suas pressões e chantagens já não funcionam como antes, num mundo cada vez mais multipolar».
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