A «grave carestia de vida», que já existia antes da guerra na Ucrânia, «agravou-se desde o seu início», levando à aceleração do «aumento das desigualdades e da pobreza», num contexto de inflação «descontrolada», preços da electricidade e dos combustíveis que «não baixam» e produtos de primeira necessidade que «sobem para preços exorbitantes», denuncia a CIG num documento divulgado no seu portal.
Esta situação social e económica «extrema» está a ter «um impacto brutal» na Galiza, alerta a central sindical, sendo que importantes sectores produtivos e comarcas inteiras estão «a agonizar» e «com cada vez menos emprego e indústria, com mais emigração e com mais população envelhecida».
Medidas insuficientes e injustas
A central sindical de classe considera «insuficientes» as medidas dos governos espanhol e galego para fazer frente à carestia de vida, às quais é preciso juntar «a aprovação de um duro pacote de reformas para satisfazer as injustas exigências» da União Europeia (UE), para «aceder a uns envenenados fundos europeus», que «estão a hipotecar o nosso futuro».
Os orçamentos galego e do Estado constituem, no entender da CIG, «uma soma de medidas injustas», tanto pelo modo como discriminam a Galiza como por «não darem solução às graves carências e necessidades sociais».
São ainda acompanhados por «lesivas reformas na Segurança Social» e pela «última reforma laboral, na qual nem recuperamos, nem ganhamos direitos, enquanto avança, sob novas formas, a precariedade laboral», denuncia o texto.
Ao invés, o que estas contas contemplam é «mais dinheiro público para armamento», bem como «aumentos salariais que não garantem o poder de compra», enquanto o salário mínimo e as pensões «continuam abaixo do que é recomendado pela Carta Social Europeia».
Lutar para que não sejam os trabalhadores a pagar a crise
A central sindical sublinha a inevitabilidade do conflito com o patronato, na negociação colectiva, e com os governos galego e central, de modo a que sejam aprovadas «medidas de intervenção pública na economia e nos sectores estratégicos».
Neste sentido, exige um «verdadeiro plano de choque urgente», com o intuito de «travar os efeitos devastadores dos altos preços» e para «enfrentar uma saída galega justa da crise».
É neste contexto que a Confederação Intersindical Galega apela à mobilização da população em todas as comarcas do território, estando marcadas, para o dia 29 deste mês, manifestações, entre as 19h e as 20h, em cidades como Pontevedra, Ferrol, Vigo, Compostela, Lugo, Ourense, Verín, Corunha ou A Guarda.
«Temos de nos mobilizar para fazer frente a esta situação, porque a classe trabalhadora galega está em risco de pagar, mais uma vez, esta nova crise, como aconteceu nas crises anteriores», alerta a organização sindical.
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