Os protestos agora anunciados pela Confederação Intersindical Galega (CIG) enquadram-se na campanha «Rectificar, recuperar, reconhecer», divulgada em Junho contra «a política de cortes, privatização, censura e propaganda» da Xunta da Galiza na área da Educação.
À beira do início do novo ano lectivo, a central sindical não vê «nenhuma medida positiva» que reverta a situação «insustentável» que os locais de ensino enfrentam.
«Temos um corpo docente literalmente esgotado, com rácios que, em muitos casos, equivalem a atender cerca de 200 alunos», alertou Laura Arroxo, da CIG Ensino, que se referiu também à «diversidade cada vez maior nas salas de aula […] que não existia há uma década», ou a «uma burocracia avassaladora».
A dirigente sindical destacou igualmente «a pior carga horária lectiva no ensino secundário, profissional e especial de todo o Estado», bem como «uma privatização cada vez mais feroz, focada sobretudo na formação profissional», e um departamento «obcecado com a imagem e com a publicidade», e «também com o controlo do trabalho pedagógico».
Numa conferência de imprensa em Compostela, Arroxo deu um mês ao Departamento da Educação para se sentar à mesa e negociar um caderno reivindicativo em que a central sindical propõe a redução dos rácios de forma imediata em todas as etapas; a recuperação do horário de ensino anterior aos cortes; o aumento de pessoal especializado para dar resposta à diversidade; a eliminação da burocracia «inútil» e «o reconhecimento e a dignificação da profissão docente, tanto a nível remuneratório como administrativo».
Manifestação e greve
Desta forma, a CIG pretende alcançar «melhorias reais» para os docentes e para o ensino público, sublinhando que, se não tiver resposta no prazo apresentado, irá intensificar as mobilizações.
Para já, no contexto de um ano lectivo que prevê «muito conflituoso», a CIG convocou uma manifestação para o próximo dia 13 em Compostela e uma jornada de greve para 25 deste mês – também com uma mobilização até à sede do Departamento da Educação, na capital galega.
Por um lado, a central quer intensificar a luta contra aquilo a que chama «política de cortes, privatizações, censura e propaganda» do Departamento da Educação, sobretudo com «Rueda à frente da Xunta».
Por outro, denuncia as actuais condições laborais dos docentes galegos, que classifica como «as piores no contexto educativo mais complexo das últimas décadas».
Também com o intuito de reforçar a unidade entre os professores, a CIG anunciou a intenção de realizar plenários com os docentes de mais mil locais de ensino na Galiza para os ouvir e estabelecer os «mínimos exigíveis» nas negociações que o Departamento da Educação deve encetar.
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