Durante a XVII Reunião da Comissão Mista de Alto Nível entre os dois países, Nicolás Maduro destacou o excelente estado das relações bilaterais, que iniciaram uma etapa de avanços a partir de 2001, sob a orientação de Hugo Chávez.
Referindo-se às várias fases por que passaram os laços bilaterais, o presidente venezuelano deu destaque ao momento difícil que o país sul-americano viveu entre 2018 e 2022.
Nesses anos «chegaram as sanções e as medidas coercivas unilaterais do Ocidente contra a economia venezuelana», sublinhou, lembrando como o país perdeu 99% dos rendimentos em dólares de um dia para o outro e teve de criar uma economia de guerra.
O chefe de Estado venezuelano referiu-se ainda ao impacto negativo a nível mundial do surto epidémico de Covid-19, que classificou como etapa complexa, «mas na qual a China esteve ao lado da Venezuela e, graças a eles, tivemos cuidados de saúde, medicamentos e vacinas para enfrentar a doença».
No acto de encerramento da XVII Reunião da Comissão Mista de Alto Nível China-Venezuela, em Pequim, Maduro destacou o «momento de maior peso» dos laços bilaterais, e o carácter «inquebrável» que assumem com a assinatura de 31 acordos, refere a VTV.
Estes traduzem-se na construção de uma nova agenda, um novo tempo de prosperidade e de crescimento económico, desenvolvimento científico, cultural, de avanço conjunto como povos irmãos, acrescentou.
O chefe de Estado informou ainda que foram criadas sete comissões e definidas 31 linhas de trabalho, com vista ao aprofundamento das relações financeiras, económicas e comerciais em áreas como o petróleo, gás, indústria, agricultura, exploração mineira, infra-estruturas, comunicação e turismo.
Em seu entender, trata-se de uma etapa que é modelo de relações para o Sul Global e uma referência nas relações entre dois países.
Cooperação assente no respeito mútuo
Por seu lado, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, sublinhou que a cooperação entre ambos os países de baseia no respeito mútuo e que esta XVII Comissão representa um fracasso para quem tentou travar a cooperação e a amizade entre a China e a Venezuela.
A Petróleos de Venezuela e a Corporação Nacional Petróleos da China alcançaram um acordo que envolve 3 mil milhões de dólares de investimento e que permitirá aumentar a produção petrolífera da Venezuela. O acordo foi anunciado no Palácio de Miraflores pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que esta quinta-feira liderou uma reunião de trabalho com representantes da China, no âmbito do reforço das relações comerciais em áreas estratégicas entre ambos os países, informa a TeleSur. «A Venezuela tem objectivos muito claros no campo económico e deve articular um modelo tecnológico que permita a expansão produtiva, com vista ao desenvolvimento do país», declarou o chefe de Estado, que anunciou a inauguração de uma fábrica no Complexo Industrial José Antonio Anzoátegui, a cargo da empresa mista Sinovensa, criada pela Petróleos de Venezuela (PDVSA) e a Corporação Nacional Petróleos da China (CNPC). Ambos os países «trabalham pela prosperidade da humanidade», sublinhou Nicolás Maduro, acrescentando que China e Venezuela partilham projectos de futuro através de uma linha de cooperação e que tal irá contribuir para a «expansão da indústria petrolífera e da prosperidade económica» do país sul-americano. Numa nota de imprensa emitida esta quinta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela «rejeita de forma categórica a política de agressão sistemática, de bloqueio e de congelamento da totalidade dos bens da República Bolivariana da Venezuela, por parte do imperialismo norte-americano, contra o povo venezuelano», sublinhando que tal política visa apenas «reprimir a democracia venezuelana e transformar a sociedade e as suas instituições em apêndices da administração dos EUA». Neste sentido, «a Justiça venezuelana estará atenta e castigará com severidade qualquer tentativa de apoiar sectores que tenham como propósito limitar as necessidades básicas do nosso povo», lê-se no texto, citado pela AVN, no qual se destaca que «o STJ e os tribunais competentes do país continuarão a garantir os direitos do povo venezuelano e punirão qualquer tentativa de minar a soberania» do país. Comunas, centros estudantis e os mais variados sectores da população venezuelana preparam-se para participar, amanhã, numa jornada mundial de repúdio ao bloqueio dos Estados Unidos contra o país caribenho. Ontem, o presidente da República informou que a Venezuela enviará um manifesto à Organização das Nações Unidas, dirigido ao seu secretário-geral, António Guterres, instando-o a pronunciar-se contra as mais recentes medidas impostas pela administração dos EUA. Antes, o folheto será assinado por milhões de pessoas, como forma de protesto contra o imperialismo norte-americano. Recorde-se que, na passada terça-feira, a Casa Branca confirmou que o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para bloquear todos os bens e interesses que sejam propriedade do governo da Venezuela e estejam sob a jurisdição dos Estados Unidos. A medida também autoriza o Secretário do Tesouro a «impor sanções a pessoas que prestem apoio» ao executivo de Nicolás Maduro, que Washington qualifica como de «ilegítimo» e «usurpador», depois de ter sido reeleito, em Maio de 2018, com 68% dos votos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Venezuela reforça cooperação comercial estratégica com a China
Supremo Tribunal de Justiça repudia bloqueio imposto pelos EUA
Venezuela enviará manifesto à ONU para se pronunciar contra o bloqueio
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O presidente chinês, Xi Jinping, que hoje recebeu o seu homólogo venezuelano no Grande Palácio do Povo, destacou a amizade tradicional do país asiático com a Venezuela.
«A China sempre encarou o desenvolvimento das relações com a Venezuela numa perspectiva estratégica e a longo prazo», disse Xi, que reafirmou o apoio do seu país «à justa causa» do país caribenho na luta «contra a interferência externa».
Xi Jinping disse estar disposto a trabalhar com a Venezuela com vista à criação de um plano para o desenvolvimento das relações entre ambos, de modo a consolidar e aprofundar a cooperação em diversas áreas, com mais benefícios para os dois povos e mais energia positiva para a paz e o desenvolvimento mundiais, refere a TeleSur.
Nicolás Maduro chegou à China na sexta-feira passada em visita oficial, que termina hoje.
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