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Aumenta resistência a milícias curdas e tropas dos EUA no Nordeste da Síria

Em várias localidades, há um levantamento contra a repressão dos mercenários a soldo dos EUA. Tribos sírias anunciaram o início da resistência popular armada contra as forças de ocupação e seus aliados.

A presença das tropas norte-americanas na Síria foi sempre denunciada e considerada ilegítima pelo governo de Damasco
Créditos / drimpic.pw

«As tropas norte-americanas e a sua milícia mercenária FDS pisaram todas as linhas vermelhas ao cometer crimes contra a pátria e a sociedade», indicou a tribo árabe al-Ukaidat numa declaração que emitiu após uma reunião dos seus dignatários e notáveis, este domingo, na província oriental de Deir ez-Zor, revela a Prensa Latina.

Denunciou o saque das riquezas naturais da Síria e o assassinato de líderes tribais, o último dos quais, refere a agência, foi o do chefe Mutashar al-Hafl. «Decidimos criar um conselho político da tribo cuja função é gerir os assuntos em coordenação com as autoridades do Estado sírio», afirmou.

A tribo, que é uma das maiores do país, decidiu também formar um exército de resistência. que começará a actuar de imediato em coordenação com o Exécito Árabe Sírio, com o objectivo de alcançar a libertação de todo o território das várias ocupações estrangeiras, que considerou um «alvo legítimo da resistência».

Tambem a agência SANA noticia que, em diversas aldeias e cidades do Nordeste do país, tem estado a ocorrer um levantamento popular «contra as práticas» das chamadas Forças Democráticas Curdas (FDS; maioritariamente curdas e apoiadas pelos EUA), num contexto de apelos crescentes à unidade, por parte de clãs e tribos árabes, de modo a enfrentar e expulsar as milícias das FDS, bem como as forças de ocupação norte-americanas e turcas em território sírio.

Manifestações, repressão e caravana das FDS destruída

Nas últimas semanas, aumentaram as manifestações populares, sobretudo nas províncias de Deir ez-Zor e Hasaka, contra a presença das milícias mercenárias curdas e das tropas dos EUA. As FDS responderam com o cerco a diversas aldeias, impedindo a saída dos habitantes, sequestraram várias pessoas – uma prática comum há muito reportada – e reforçaram a sua presença com a cobertura dos militares norte-americanos, que, segundo denúncias de meios locais, efectuaram voos rasantes com helicópteros sobre as terras árabes para intimidar a população.


Os confrontos entre a população árabe e as FDS têm vindo a aumentar, não havendo um registo preciso de baixas e danos, refere a Prensa Latina. O que diversas fontes confirmam é o ataque com armas ligeiras a uma caravana das FDS, formada por quatro viaturas, que seguia na estrada entre a cidade de Shadadi (Sul de Hasaka) e o campo petrolífero de Omar, na província de Deir ez-Zor. A caravana foi destruída.

No Nordeste da Síria, as FDS e os Estados Unidos controlam campos petrolíferos e de gás. O acordo recente entre as milícias curdas e uma empresa norte-americana para «roubar o petróleo à Síria» não foi bem acolhido por grande parte da população, que se manifestou, indicam a Prensa Latina e a PressTV, uma vez que as riquezas do país não são investidas nos serviços básicos.

As autoridades sírias condenaram o acordo, classificando-o como «nulo e sem efeito», e descrevendo-o como um contrato entre «ladrões que roubam e ladrões que compram».

Os Estados Unidos têm tropas e pelo menos uma dezena de bases militares no Norte das províncias de Deir ez-Zor, Raqqa e Hasaka, onde fazem chegar constantemente diverso material proveniente do Iraque.

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