Michele Frullo, dirigente do USB – Transportes, afirmou que a Unione Sindacale di Base recebeu na terça-feira à tarde um decreto assinado pelo ministro Salvini a reduzir a duração da greve para quatro horas.
Frullo criticou a decisão, que classificou como «um ataque vergonhoso do ministro Salvini», acrescentando que, para defender o direito dos trabalhadores à greve, num contexto de «salários baixos» e de «insegurança laboral» para os jovens, a organização sindical decidiu cancelar a paralisação marcada para sexta-feira e reagendá-la para 9 de Outubro, novamente com a duração de 24 horas.
Para talhar tão seriamente a realização de uma greve nacional com a duração de um dia, o ministro de extrema-direita afirmou ter sentido «o dever de intervir» e, recorrendo a uma táctica antiga para sustentar a exploração, no âmbito das lutas dos trabalhadores pela conquista e defesa de direitos, alegou os «direitos de todos os trabalhadores».
O ministro italiano, preocupado, mostrou-se também sensível aos esforços que «milhões de trabalhadores e estudantes» italianos teriam de fazer, obrigados a andar a pé «todo o dia e toda a tarde».
Resumindo: «A greve de 29 de Setembro poderia ter criado graves transtornos à população, que teria visto o seu direito à mobilidade limitado.»
Jornada de luta de dia 9 ganha uma nova dimensão
O USB respondeu duramente à «censura» ministerial e afirmou que «quatro horas não bastam aos trabalhadores para reivindicar os seus próprios direitos». Por isso, decidiu passar a paralisação para 9 de Outubro, convocada novamente com uma duração de 24 horas, «para permitir aos trabalhadores dos transportes públicos locais sair para a rua e manifestar o seu descontentamento».
Com a decisão do ministro, sublinha o sindicato numa nota, a jornada de luta de dia 9 ganha uma nova dimensão, porque diz respeito à «defesa do exercício do direito à greve nos serviços públicos essenciais».
Sublinhando que se trata «do enésimo ataque ao direito de greve», o USB afirma que ele é perpetrado porque a paralisação é «incómoda» e «põe em causa as políticas» do governo de Meloni, além de «exigir salários e condições de trabalho dignas».
«Este decreto absurdo degrada toda a história e o valor do direito à greve, como único meio de reivindicar os direitos dos trabalhadores», afirma a organização sindical no texto.
Ali, lembra que os funcionários dos transportes públicos foram punidos «por anos de privatizações selvagens, baixos níveis salariais e protecções reduzidas ao mínimo».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui