Na convocatória da greve, que teve início às 21h de sábado e se prolongou até às 20h59 de ontem, a Unione Sindacale di Base (USB) explicou que a paralisação abrangia todos os sectores de actividade da ferrovia.
«Os ferroviários fazem greve contra a lógica da especulação e do lucro dos privados, que também põe em risco o direito à mobilidade de todos os cidadãos», declarou a USB, acrescentando: «Num país cada vez mais afectado pela inflação: a crise aumenta, a luta aumenta.»
A jornada de luta, a oitava desde Janeiro do ano passado e convocada também pelo Sindicato Geral de Base (SGB) e a Confederação Unitária de Base – CUB Transportes, entre outras organizações, visou igualmente denunciar «décadas de desmantelamento», bem como de «encerramento de instalações de produção e serviços», que estão na origem da «falta de segurança para os trabalhadores e de serviços desadequados para os cidadãos».
Fazendo um balanço provisório da greve, que abrangia as empresas Ferrovie dello Stato (FS), Trenitalia, Trenitalia Tper e Trenord, a CUB Transportes destacou, este domingo, que estava a ser um «êxito», com impacto de norte a sul do país, mesmo num contexto de «constantes tentativas de boicote levadas a cabo por inúmeras empresas», refere o portal tg24.sky.it.
Por seu lado, a USB afirmou, numa primeira nota, que os dados provisórios confirmavam «as tendências das greves anteriores: uma participação muito elevada e excepcional, que demonstra o estado de mobilização dos trabalhadores do sector».
Ao fim do dia, o sindicato destacou a elevada adesão à greve, superior a 70%, com picos de 95%/100%, bem como o facto de ter abrangido pessoal ferroviário de todos os sectores de operação.
Contra a degradação alarmante do sector
Os ferroviários denunciam que o «estado de degradação» a que a ferrovia chegou em Itália é «alarmante» e afirmam que os responsáveis políticos, a começar pelo ministro Salvini, devem assumir as responsabilidades e ouvir quem trabalha, «em vez de atacar continuamente o direito à greve».
«As tentativas de desviar a opinião pública falando de tentativas de sabotagem são tragicómicas: dever-se-ia, ao invés, tomar medidas imediatas para garantir a segurança dos trabalhadores e dos utentes», declaram as organizações sindicais, sublinhando que «a verdadeira sabotagem […] é contra os direitos e a protecção dos cidadãos e dos trabalhadores».
Com a luta, os trabalhadores reivindicam, além de melhorias salariais e ao nível da segurança, a redução do horário de trabalho e «dignidade económica e profissional».
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