O marco histórico assinala-se oficialmente no Memorial António Agostinho Neto, entre música, desfiles e homenagens ao primeiro Presidente de Angola, bem como uma mensagem à nação do chefe de Estado, João Lourenço.
As celebrações começaram em Luanda logo nas primeiras horas do dia, à medida que milhares de convidados chegavam e se distribuíam pelas diferentes áreas da Praça da República, espaço monumental que acolhe o Memorial e tem sido palco das mais importantes cerimónias políticas do Estado angolano.
O monumento, inaugurado em 2012 pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos, é conhecido popularmente como o «Foguetão» e ergue-se a 120 metros de altura, com vista privilegiada para a Baía de Luanda.
Por ali desfilarão representantes das 18 províncias do país, num desfile cívico e militar com milhares de participantes, sob o olhar atento dos 14 chefes de Estado e de Governo que acompanharão as festividades desde as bancadas oficiais.
Entre os jornalistas que acompanham o evento, Isabel Pedro Mbuku, da Rádio Tocoista, confessou-se emocionada por participar «como profissional, mas também como angolana».
Também Karina Marron González, repórter da agência cubana Prensa Latina, residente em Angola há mais de dois anos, partilhou o entusiasmo. «É uma oportunidade histórica enquanto jornalista, mas também como cubana, pelas relações históricas entre Cuba e Angola e pela participação cubana no processo de independência. É uma oportunidade única de colaborar e ver o que está a fazer o país para continuar adiante», disse.
Karina González lembrou, contudo, que «o país tem pela frente muitos desafios». «A independência tem 50 anos, mas a paz ainda é jovem. Os desafios estão na economia, na educação e na saúde. Mas penso que Angola tem a força para seguir em frente», concluiu.
As duas integram o grupo de mais de 300 jornalistas que hoje asseguram a cobertura da cerimónia, fazendo parte das 10 000 pessoas convidadas para o evento, onde se prevê uma cerimónia de deposição de flores, entoação do hino nacional, outorga da medalha comemorativa dos 50 anos a Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o discurso do chefe de Estado, o desfile cívico e o desfile militar.
A independência de Angola, um ano após o 25 de Abril, pôs fim a décadas de luta contra o colonialismo e a séculos de resistência à exploração e dominação estrangeiras, e foi, tal como a independência de Moçambique, um importante impulso para a libertação de outros povos de África. A longa luta pela libertação de Angola, que se tornou República Popular de Angola, foi liderada pelo MPLA, a quem os angolanos continuam a confiar o voto para dirigir os comandos do país.
«Em Dezembro de 1956, no Manifesto da sua fundação, o MPLA vincava já a sua determinação inquebrantável de luta por todos os meios para a independência completa de Angola afirmando – "o colonialismo não cairá sem luta. É por isso que o Povo angolano só se poderá libertar pela guerra revolucionária. E esta apenas será vitoriosa com a realidade de uma frente de unidade de todas as forças anti-imperialistas de Angola que não esteja ligada à cor, à situação social, a credos religiosos e tendências individuais; será vitoriosa graças à formação de um vasto movimento popular de libertação de Angola"», afirmou Agostinho Neto, no discurso de proclamação da independência.
«Apesar da brutalidade da opressão e do terror imposto pelo colonialismo para asfixiar a nossa luta, o povo angolano, guiado pela sua vanguarda revolucionária, afirmou de uma maneira irrefutável a sua personalidade africana e revolucionária», acrescentou.
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