No seu portal, a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) afirma que os sindicatos de classe gregos continuam a preparar, no dia-a-dia, a greve geral de 24 horas marcada para a próxima quinta-feira, 3 de Junho, contra a nova legislação «bárbara» proposta pelo governo da Nova Democracia, organizando campanhas e plenários nos locais de trabalho e nos bairros, por todo o país.
No passado dia 12 de Maio, o ministro grego do Trabalho, Kostis Hatzidakis, apresentou uma proposta legislativa que permite aumentar a jornada laboral até às dez horas diárias, transforma o domingo num dia laboral, abole a negociação colectiva, restringe a actividade sindical e cerceia o direito à greve.
Nos dias 13 e 14 de Maio, a PAME, apoiada por diversos sindicatos, intensificou o nível de protesto, dinamizando mobilizações em vários pontos do país, e os trabalhadores gregos vieram para a rua em massa para denunciar a proposta de reforma laboral.
A PAME acusou o actual governo de dar continuidade ao caminho preparado pelo governo anterior, do Syriza, e de pretender fazer com que «os trabalhadores trabalhem como escravos», «desmantelando qualquer mecanismo de regulação que existia em sua defesa», informa o Peoples Dispatch.
«Nós, os trabalhadores, não seremos os escravos do século XXI. Temos a obrigação de passar aos nossos filhos o que os nossos pais nos legaram, a jornada de oito horas e os direitos», defendeu a central sindical.
«Querem atacar a organização e a luta dos trabalhadores»
Na passada quinta-feira, 27 de Maio, o Partido Comunista da Grécia (KKE) promoveu a realização de grandes manifestações em Atenas, Salónica e outras cidades gregas, para exigir ao governo da Nova Democracia a retirada da proposta «monstruosa» contra os direitos dos trabalhadores.
Dirigindo-se à multidão na Praça Syntagma, em Atenas, o secretário-geral do KKE, Dimitris Koutsoumbas, afirmou que os trabalhadores «se recusam a ser os escravos do século XXI» e que não resta outra alternativa à classe trabalhadora que não seja responder à ofensiva com a organização, a luta de classes, a afirmação das reivindicações, noticia o portal idcommunism.com.
Lembrando as responsabilidades de governos sociais-democratas anteriores – Syriza e Pasok – na actual situação, Dimitris Koutsoumbas afirmou que esses governos, tal como o da direita, da Nova Democracia, querem «ajustar as relações laborais às necessidades do capital ganancioso».
Koutsoumbas destacou o ataque que está a ser desferido ao direito à greve, que querem «transformar numa acção simbólica», para afirmar que o KKE «lhes diz "não". Isto não é o Japão, onde se faz greve a trabalhar. Isto é a Grécia».