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Trabalhadores equatorianos mobilizados contra as políticas de Noboa

A Frente Unitária dos Trabalhadores (FUT) confirmou a realização de uma manifestação conjunta com organizações sociais para 11 de Setembro próximo, para contestar as políticas do executivo equatoriano.

Ewdin Bedoya, presidente da FUT Créditos / PL

A data da mobilização foi anunciada, este sábado, durante uma convenção nacional realizada em Quito, com a presença de representantes de diversos sectores.

Edwin Bedoya, presidente da FUT, disse que a estrutura sindical vai promover também concentrações nas imediações do Tribunal Constitucional a 25 e 27 deste mês, dias em que estão previstas audiências relativas às leis de Integridade Pública e Solidariedade.

«Vamos tomar as acções necessárias para reverter este tipo de leis, vamos até ao Tribunal Constitucional», declarou Bedoya à imprensa, citado pela Prensa Latina.

Participaram na convenção delegados sindicais, agricultores, estudantes e representantes de outras organizações, que aprovaram uma resolução no sentido de formar um plano em defesa da saúde, da educação pública, do trabalho digno e da segurança social.

Também se pronunciaram contra a fusão de ministérios que o governo liderado por Daniel Noboa está a implementar no âmbito de um designado «plano de eficiência administrativa», que incluiu a fusão do Ambiente com a Energia.

As fusões ministeriais, o despedimento de 5000 funcionários públicos e a implementação de legislação considerada danosa para os trabalhadores mereceram ampla contestação no país sul-americano.

Ataques do governo ao Tribunal Constitucional

Recentemente, o Tribunal Constitucional bloqueou vários artigos de leis que o governo equatoriano quer implementar, nomeadamente os que punham em causa o direito à privacidade dos cidadãos sem uma ordem judicial ou os que permitiam ao poder executivo conceder perdões a militares e agentes da Polícia condenados por crimes no contexto  do chamado «conflito interno armado».

Há uma semana, Daniel Noboa liderou uma mobilização de sectores da direita para contestar aquilo que designou como «obstáculos à paz» por parte do alto tribunal.

Segundo refere o Peoples Dispatch, parte dos manifestantes eram funcionários públicos que tinham sido obrigados a participar na marcha. Alguns meios alegam que aos manifestantes foram pagos 20 dólares.

Dois dias depois, centenas de pessoas manifestaram-se em Quito contra a actuação do governo, criticando a insegurança constante no país, a falta de medicamentos e materiais nos hospitais, e os ataques dirigidos por membros do executivo ao Tribunal Constitucional.

Também denunciaram o desmantelamento do Estado ao abrigo da «receita» do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pediram justiça pela morte de 12 bebés num hospital de Guayaquil.

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