O CAV- Centro de Artes Visuais1 de Coimbra apresenta a exposição «Pele de Barro» de Flávia Vieira, com curadoria de Miguel von Hafe Pérez, que pode ser visitada até 30 de novembro.
Flávia Vieira, uma artista formada em Belas Artes no Porto radicada no Brasil há mais de quinze anos, trabalha em escultura, têxteis e cerâmica em contexto de instalação. O seu trabalho desenvolve-se a partir das narrativas culturais, históricas e políticas inerentes ao processo artesanal, explorando noções de identidade coletiva, memória e representação, diáspora botânica e alteridade.
«Flávia Vieira vê os materiais naturais e o artesanato tradicional como um substituto para uma experiência desaparecida e também como um meio de restabelecê-la, apesar da perda e diante da alegria contínua de fazer as coisas sem motivo em particular… Recentemente, ela interessou-se pelos corantes tradicionais e pelas propriedades simbólicas de certos corantes, como o preto como breu, que foi trazido do "Novo Mundo" e começou a ser usado pela aristocracia e realeza espanhola como o símbolo máximo de prestígio… ela usa pigmentos como cochonilha, índigo ou óxido de ferro para compor uma alquimia de cores. Ela usa cada pigmento para tecer uma narrativa profunda, na qual as cores evocam mundos e vozes diferentes, e onde os tons são depositados em múltiplas camadas, como os sedimentos de uma história viva. A proposta de Flávia é, portanto, uma arqueologia do olhar, escavando memórias que são armazenadas pela própria terra, ao mesmo tempo em que reorganiza essa matéria em novas composições, traçando desenhos e vestígios que se revelam na poeira dos pigmentos.»2
No âmbito desta exposição realiza-se no dia 8 de novembro uma Oficina de Escultura baseada na obra «Pele de Barro» com a artista Flávia Vieira, em que se convida as crianças a experimentar o barro como matéria viva. Partindo da preparação de uma pasta de taipa, feita de barro, areia, água, fibras e pigmentos naturais, exploramos texturas, cores e gestos.
No CAV de Coimbra podemos ainda ver a exposição «Intruso no Labirinto» de Jorge Queiroz, onde o artista apresenta trabalhos, de um percurso de 27 anos de trabalho e um universo criativo muito particular onde as práticas de desenho e da pintura se contaminam e influenciam mutuamente, também até 30 de novembro.
A Galeria Imargem da Associação de Artistas Plásticos de Almada3 apresenta a exposição «Convergir o Divergente: Entre o Amorfo e o Cristalino» da artista Francisca Martins, com inauguração a 31 de outubro às 18h e pode ser visitada até 11 de novembro.
Segunda a artista «a exposição traduz visualmente a investigação sobre a ambivalência entre o amorfo e o cristalino, explorando o diálogo entre cerâmica e vidro, através do desenho. As peças revelam um corpo fragmentado em reconstrução, onde fragilidade e resistência coexistem. Entre falha e descoberta, matéria e emoção se entrelaçam, convidando à reflexão sobre o corpo como território em constante transformação, onde o desconforto se converte em libertação.»
Francisca Martins frequenta a Unidade de Investigação VICARTE – Vidro e Cerâmica para as Artes na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT) e Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), que tem vindo a promover a excelência nos estudos de vidro e cerâmica a nível nacional e internacional.
O «Festival de Arte Digital da Trafaria – Periphera» realiza-se no Convento dos Capuchos e no Casino e Presídio da Trafaria4, e decorre de 14 a 16 de novembro de 2025.
Créditos
Periphera 2025 propõe uma reflexão «sobre as interseções entre arte e tecnologia, promovendo a criatividade e a inclusão, ao longo dos três dias de exposições, performances, palestras, workshops e demonstrações de projetos e empresas inovadoras. A combinação de experiências em torno da combinação arte e tecnologia, serve de ponto de partida para a partilha de processos de criação, novos métodos de trabalho e formas de ter impacto nas comunidades local e global. A tecnologia oferece novas possibilidades artísticas, e a arte, por sua vez, pode transcender a funcionalidade das criações tecnológicas, provocando surpresa, reflexão e abrindo novas perspetivas», segundo o texto da organização.
As palestras e workshops irão abordar temas que variam entre o uso de novas tecnologias em contextos criativos e a forma como a arte pode ser uma ferramenta de reflexão social e cultural. Os projetos apresentados oferecem uma perspetiva sobre as inovações em curso, unindo o desenvolvimento tecnológico à prática artística. O festival é ainda uma excelente oportunidade para o público se poder aproximar destas experiências e ligações de uma forma acessível e interativa, refletindo sobre o impacto da tecnologia no futuro das práticas artísticas e na vida quotidiana. Para mais informações consulte aqui.
Ao longo de três dias haverá uma exposição todos os dias das 12h às 18h performances, palestras, workshops, showcases de projetos e empresas. Na página da internet do Festival Periphera poderá consultar todos os 12 projetos e artistas envolvidos na sua apresentação: exposições de Ana Teresa Vicente, Freddie Hong, Lauren Lee McCarthy (USA), Marta de Menezes, Varvara Guljajeva & Mar Canet Solà, Museu Nostálgica – 40 Anos de História dos Videojogos (Projeto Educativo, Cultural e Interdisciplinar) e na realização de conversas e performances ou workshops com Ana Borralho e João Galante, Francisca Rocha Gonçalves, Inês Tartaruga Água, Kati Hyyppä (FI) e Niklas Roy (DE), Roger Dannenberg e Pedro Tudela, Miguel Carvalhais e Rodrigo Carvalho. Em breve será divulgado o programa completo.
A BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães, na sua 5.ª edição, decorre em diversos locais de Guimarães, até 31 de dezembro. A Bienal de Ilustração de Guimarães (BIG) 2025 traz um número expressivo de artistas nacionais e internacionais, com currículo consagrado e nomes da ilustração emergentes. Foram selecionadas 191 obras de 94 ilustradores candidatos ao Prémio Nacional BIG 2025, entre os quais, André Carrilho, António Jorge Gonçalves, Catarina Sobral, Filipe Abranches, Gonçalo Viana, João Fazenda, João Vaz de Carvalho, Júlio Dolbeth, Mantraste, Maria João Worm, Nuno Saraiva, Pierre Pratt, Tiago Galo, Yara Kono.
Créditos
Prémio Carreira BIG foi atribuído à reconhecida ilustradora, Cristina Sampaio, que estará no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG)5 com a exposição «Cristina Sampaio – A linha clara». Jorge Silva, o curador da exposição escreveu que «não se iludam: a linha clara de digital pureza é bem negra e hábil a escavar na analógica e contraditória natureza humana. É linha de polígrafo treinado a apanhar os mentirosos, os sonsos e os estúpidos do planeta inteiro, é espelho de cores amáveis que reflete o nosso sorriso, profundamente amarelo». Destacamos também a mostra que decorre no Palácio Vila Flor (CCVF)6 dos concorrentes ao Prémio Nacional BIG 2025.
No entanto, a BIG 2025 conta ainda com uma vasta programação cultural e iniciativas que percorrem outros espaços culturais da cidade de Guimarães, no Palacete de São Tiago temos a exposição de pintura de «Ilda David –Amor de Perdição», na Sociedade Martins Sarmento a exposição de cartazes de cinema – «Mão de ferro, luva de seda» e, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), a exposição «Vai e brinca!» de Madalena Matoso. Acontecerá também o Ciclo de palestras «A Teia da Ilustração» dedicada à ilustração.
- 1. CAV-Centro de Artes Visuais - Pátio da Inquisição, 10, 3000-221 Coimbra Portugal Coimbra. Horário: Terça a Domingo das 14h às 19h
- 2. Texto de Marta Mestre, exposição «Milagro – Por dentro da coleção», no Centro Internacional das Artes José de Guimarães – CIAJG, em Guimarães
- 3. IMARGEM – Rua Torcato José Clavine n.º19 piso 03 2804-501 Pragal. Horário: segunda a sexta, das 10h às 17h
- 4. Convento dos Capuchos – Rua Lourenço Pires de Távora, Caparica/ Antigo Presídio da Trafaria – Praceta do Porto de Lisboa, Trafaria/ Casino da Trafaria – Rua Guedes Coelho, 7 Almada 2825-854
- 5. CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Av. Conde Margaride, 175 4810-535 Guimarães. Horário: terça a domingo, das 9h30 às 13h30, e das 14h30 às 18h30
- 6. Palácio Vila Flor, Avenida D. Afonso Henriques, 701 4810-431 Guimarães. Horário: terça a sábado, das 9h30 às 13h30, e das 14h30 às 18h30
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