No Parque Empresarial da Mutela1 em Almada, em frente à antiga Lisnave, assinala-se a revolução do 25 de Abril, com a exposição «Venham Mais Cinco — O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa (1974-1976)», que pode ser visitada até 24 de agosto.
Para esta exposição reuniram-se cerca de duzentas fotografias de 30 fotógrafos de fotojornalistas estrangeiros que nos mostram o seu olhar sobre a revolução de Abril. Segundo a agência Lusa, esta exposição tem a «curadoria de Sérgio Tréfaut e consultoria histórica de Luísa Tiago de Oliveira, é inédita em Portugal reunindo imagens de fotógrafos e fotojornalistas de França, Alemanha, Brasil, Itália, Países Baixos e da então Checoslováquia, publicadas em jornais e revistas de todo o mundo… Venham Mais Cinco é o título da canção de José Afonso, primeira escolha dos militares do MFA para senha do início do golpe militar, mas depois substituída por Grândola, vila morena, do álbum anterior do músico ("Cantigas do Maio"), que acabou por ser tocada na Rádio Renascença, na madrugada de 25 de Abril de 1974.»
Em declarações à agência Lusa, Sergio Tréfaut explicou que a ideia desta exposição nasceu em 1993, a partir de um livro que existia de 1979 com imagens de fotógrafos e fotojornalistas estrangeiros. «É uma exposição extremamente emotiva, que, para as pessoas que viveram aquele período, deixa o coração a saltar, mas mesmo para outras, que tiveram ou que têm saudade desse entusiasmo e desse ímpeto de transformação da sociedade, ela é de uma força enorme», disse.
O curador da exposição adianta que a mostra permite uma viagem a um Portugal que foi o centro do mundo, num determinado momento da história. «Foi o único momento da história em que Portugal teve os maiores fotógrafos do mundo a tirarem fotografia todos os dias, e a exposição reúne um trabalho desses fotógrafos, que fotografaram Portugal com um olhar curioso», disse o cineasta e curador desta exposição.
Jean-Paul Paireault, um outro fotojornalista francês, disse também em declarações à Lusa que a Europa e Portugal, com o crescimento da extrema-direita, vivem hoje o inverso do aconteceu em 1975, «hoje em dia há um perigo porque somos uma Europa supostamente unida e vivemos um sentimento nacionalista profundo e perigoso, ainda por cima apoiado, não por ações, mas por eleições. São as votações que levam a esta situação que nos deve levar a ficar desconfiados. Parece ser a falência da Europa e isso é gravíssimo, estamos a voltar para o nacionalismo o que é muito triste para as gerações vindouras».
Nesta exposição participam fotografias de: Alain Keller, Alain Mingam, Alécio de Andrade, Augusta Conchiglia, Benoît Gysembergh, Dominique Issermann, Fausto Giaccone, François Hers, Gérard Dufresne, Gilbert Uzan, Giorgio Piredda, Guy Le Querrec, Henri Bureau, Hervé Gloaguen, Jacques Haillot, Jean Gaumy, Jean-Claude Francolon, Jean-Paul Miroglio, Jean-Paul Paireault, José Sanchez-Martinez, Michel Giniès, Michel Puech, Paola Agosti, Perry Kretz, Rob Mieremet, Sebastião Salgado, Serge July, Sylvain Julienne, Uliano Lucas, Vojta Dukát.
Até 30 de julho de 2025, ainda poderemos visitar a exposição «Salto – Migrações e Exílios de Ontem e Hoje» no Núcleo da AJA – Associação José Afonso2, em Lisboa.
A exposição «O Salto – Migrações e Exílios de Ontem e Hoje» retrata a experiência de milhares de jovens portugueses que, nas décadas de 1960 e 1970, recusaram a guerra colonial e partiram para o exílio, muitas vezes clandestinamente. Aqui, podemos ver fotografias de Fernando Cardeira, José Augusto Martins, Gérald Bloncourt, José de Matos, Amélia Resende e Augusta Conchiglia, assim como ter contacto com os testemunhos destes jovens, que são cruzados com um olhar atento sobre os movimentos migratórios atuais, motivados por guerra, pobreza ou repressão política, retratando também quem hoje continua a dar «o salto» em busca de dignidade e sobrevivência.
«Nos dias de hoje, as características das migrações para fora e para dentro do país são diferentes, mas continuam a acontecer pelos mesmos motivos: procura de melhores condições de vida — como acontece com a emigração de jovens portugueses qualificados e a imigração de jovens dos PALOP e de países asiáticos para Portugal – ou de fuga de conflitos militares ou políticos, como acontece com russos, ucranianos, sírios, afegãos, palestinianos e outros. Estão também sujeitas às mesmas condições de rejeição, preconceito, problemas de alojamento, como as que os emigrantes portugueses enfrentaram na França ou noutros países. Hoje como ontem, migrantes motivados por situações de pobreza ou de insegurança escolhem muitas vezes caminhos difíceis para atingir os seus objetivos dando "o salto" à sua maneira, mas ficando sujeitos a todos os tipos de redes de tráfico humano», segundo texto publicado pela Casa do Parlamento – Centro Interpretativo.
O Laboratório de Actividades Criativas3, em Lagos, apresenta a exposição «25 de Abril, águas mil» de Manuel João Vieira, decorre até 26 de julho, 2025.
Manuel João Vieira (Lisboa, 1962), é artista plástico, compositor, músico e cantor, participando também em projetos nas áreas do cinema, a banda desenhada, política ou literatura. Integra o grupo Homeostético em 1983 (juntamente com Pedro Portugal, Pedro Proença, Fernando Brito, Xana e Ivo Silva), o grupo Ases da Paleta em 1989 e o coletivo Orgasmo Carlos desde 2002, desenvolvendo desde sempre atividade enquanto artista plástico.
Manuel João, tem vindo também a ser referido como um artista que privilegia a criação com uma componente teatral e humorística bastante vincada, à qual alia uma personalidade crítica e aguçada perante a sociedade e seus costumes ou características. As suas obras estão presentes em coleções tais como Elídio Pinho, Serralves, MATT, FLAD, Gulbenkian e EDP.
Os trabalhos de Margarida Botelho ocupam atualmente o espaço de exposição da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca4, em Santiago do Cacém, com a exposição «Relevo de Cores II», que pode ser visitada até 31 de julho.
Na exposição de Margarida Botelho «a característica mais marcante das obras é o contraste entre as cores vibrantes com a textura única criada pelas "pinceladas" cortadas, onde a tinta é escavada, conferindo às telas uma sensação de movimento, profundidade e harmonia cromática. Podemos obter vários resultados na mesma tela, consoante a profundidade do corte, existindo a possibilidade de ter o mesmo padrão com cores diferentes.
O jogo entre as cores e a textura cortada convida o espectador a explorar a obra em diferentes ângulos, revelando novas formas e nuances a cada olhar. Em 2008, iniciei a minha atividade no mundo das Artes Plásticas como autodidata e talvez a falta de formação na área, tenha sido o mote para que, hoje, a técnica que utilizo na maioria das minhas obras seja uma imagem de marca.
O interesse pelas artes surge como uma forma de expressão. Considero que a arte é um estímulo, que materializa os meus sentimentos, como disse o dramaturgo Irlandês, George Bernard Shaw: "Os espelhos são usados para ver o rosto, a arte para ver a alma"», escreveu Margarida Botelho.
- 1. Parque Empresarial da Mutela - Av. Aliança Povo M.F.A 2800-253 Almada (em frente à antiga Lisnave). Horário: quinta a domingo, das 11h às 19h.
- 2. Núcleo da AJA – Associação José Afonso – Rua de São Bento, 170, Lisboa. Horário: Segunda, quarta, sexta e sábado, das 16h às 19h.
- 3. LAC – Laboratório de Actividades Criativas – Largo do Convento de Nossa Sra. da Glória (antiga cadeia de Lagos), 8600-660 Lagos. Horário: segunda a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
- 4. Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca – Rua Eng. Costa Serrão, 25 Santiago do Cacém. Horário: segunda a sexta das 9h30 às 18h30, sábado das 13h30 às 18h30. Encerra aos domingos e feriados.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui