A Festa da Ilustração «É Preciso Fazer um Desenho?» de volta a Setúbal, na 11.ª edição, decorre entre outubro e dezembro e foi inaugurada a 3 de outubro, na Casa da Cultura1, com as exposições das ilustradoras Rachel Caiano e Yara Kono, patentes até 30 de novembro.
Este evento cultural é organizado pela Câmara Municipal de Setúbal com o atelier DDLX, apresentando perto de uma dezena de exposições, a par de uma oficina e de uma sessão de cinema, em vários espaços e equipamentos de Setúbal.
Rachel Caiano é a convidada nacional desta edição e está na Casa da Cultura, na Galeria de Exposições com «Salvar o Tempo», enquanto Yara Kono, a convidada estrangeira, mostra no Espaço João Paulo Cotrim «Aqui é um Bom Lugar».
No dia 4 de outubro, a Festa da Ilustração inaugurou mais seis exposições, na Livraria Culsete, com «Contos Cantados», de André da Loba, Prémio Nacional da Ilustração 2025, disponível até 15 de novembro; no espaço A Gráfica, abriu a «Ilustração Portuguesa», também até 15 de novembro, com o horário de quintas, sextas e sábados, das 15h às 18h e às 16h, no Museu do Trabalho Michel Giacometti, «O Cruciverbalista», de Paulo Novo e Paulo Freixinho, que celebra 100 anos de palavras cruzadas em Portugal, que vai decorrer até 5 de janeiro.
Ainda no dia 4, prosseguiram as inaugurações, na Casa Bocage, com «Bug», mostra de André Ruivo que fica patente até dia 29 de novembro; «Zé: Sempre o Mesmo», de Jorge Silva para homenagear os 150 anos de Rafael Bordalo Pinheiro, na Galeria Municipal do 11 a partir das 18h, ficando disponível ao público até 6 de dezembro e ainda neste dia, às 19h, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus, abre a exposição «Vidas entre o Mar e a Terra», um projeto artístico de Evanthia Tsntila com Luís Tibério para homenagear as comunidades piscatórias, patente até 23 de novembro.
Além destas exposições, a Festa da Ilustração estará nas bibliotecas de Setúbal e de Azeitão, para comemorar o Dia Mundial do Livro e o Dia Internacional do Livro Infantil, entre os dias 4 e 30 de outubro. Haverá ainda a oficina «Viagens à Volta de uma Linha», na Casa da Cultura, a 7 e 8 de outubro, com sessões às 10h30 e às 14h30.
A Festa da Ilustração realiza também, no dia 11, às 15h, na Casa das Imagens Lauro António, uma sessão de curtas-metragens de André Ruivo, seguida de conversa com este ilustrador, José Vítor Malheiros e José Teófilo Duarte.
A Casa Manuel Guimarães2, em Tomar apresenta a exposição «Ver/Olhar – Pinturas Recentes» do artista Jaime Silva, pode ser visitada até 16 de novembro.
Acerca dos trabalhos de Jaime Silva, das várias fases do seu percurso, José Manuel Gonçalves escreveu que se torna evidente «estarmos perante um artista cuja atividade criadora é movida essencialmente pela procura incessante de caminhos expressivos… A pesquisa e experimentação têm no trabalho deste pintor um papel decisivo como motor de criação que se pretende sempre renovada».
José Manuel Gonçalves, refere ainda no referido texto que «linhas, formas, cores são a matéria, o assunto, do trabalho recente de Jaime Silva. Esta pintura, pela sua autonomia e abstração, aproxima-se da música. Podemos dizer que é música visual que institui a harmonia através dos contrastes ou, usando um oxímoro de Valéry. que dá a ver intensidades de "incoerência harmónica"».
Jaime Silva, além da sua criação artística, tem vindo a dar um importante contributo na formação e direção na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa, foi um dos fundadores e participou nas intervenções artísticas do grupo PUZZLE (1976-1981), um coletivo que teve grande importância no período pós-Revolução do 25 Abril na pintura e performance. Neste coletivo participaram ainda os artistas Dario Alves, Armando Azevedo, Carlos Carreiro, João Dixo, Albuquerque Mendes, Graça Morais, Fernando Pinto Coelho, Pedro Rocha e Gerardo Burmester, tendo também a contribuição do crítico de arte Egídio Álvaro e do galerista Jaime Isidoro.
O «Drive In Arte» na Estrada Nacional 10, Paivas3, freguesia da Amora e concelho do Seixal apresenta-se em mais uma edição, que pode ser visto até 31 de outubro, dando continuidade a este projeto, que «cruza linguagens artísticas com o espaço público, potenciando a interação entre públicos, artistas e suas criações e fomentando a criatividade, a criação plástica e a fruição cultural», segundo a organização.
O Município do Seixal, vem mais vez, proporcionar aos mais novos criadores e na área das artes plásticas, «a possibilidade de mostrar aquilo que produzem, ampliando tanto as suas obras para um formato fora do comum, mas também a visibilidade dessas mesmas criações para um vasto número de pessoas que todos os dias passam por aquela que é uma das principais vias do concelho.»
A Estrada Nacional 10, nas Paivas, de julho a outubro, transforma-se todos os anos numa galeria de arte ao ar livre, onde os 28 jovens artistas que participaram nesta edição mostraram as suas obras de grandes dimensões. «À Procura de Canivete, Encontrei a Pérola», obra artística de Ces (Diogo Henriques, foi a obra vencedora da edição deste ano do Drive In Arte.
O Pavilhão Julião Sarmento4, em Lisboa, apresenta a exposição «João Onofre, 7 Semanas, 7 Obras + 2» com trabalhos de João Onofre, que ficará patente até 2 de novembro e tem curadoria de Isabel Carlos, diretora do Pavilhão.
«Numa dimensão de retrato do nosso tempo e das nossas obsessões guiadas por uma sociedade que premeia o sucesso e a competição, Onofre torna visível e exorciza o fracasso, a falha, a impossibilidade; regista o incontrolável, quase sempre com um humor absurdo, simultaneamente desconcertante e algo trágico, uma beleza envenenada», segundo o texto da curadora.
«Para alcançar os seus objetivos e demonstrar de forma quase obsessiva que tudo na arte funciona de acordo com a teoria e a prática de «o que se vê é o que se vê» e «o que se ouve é o que se ouve» – outra forma de tautologia, por assim dizer – João Onofre não recua perante qualquer dificuldade ou desafio, mesmo que isso signifique que a sua abordagem por vezes beire o bizarro, o incongruente, o ultrajante, o irracional e até o absurdo. É impossível não admirar e ficar surpreendido com o uso de uma grua para mover um veleiro de nove metros sobre os telhados, no meio da cidade, a fim de o colocar numa piscina de dez metros cheia de água, na qual ele mal cabe, como era de se esperar: recursos materiais e humanos consideráveis foram usados para um resultado bastante ocioso (Sem título (SUN 2500), 2010). Atos como estes, à primeira vista tão gratuitos quanto fúteis neste aspecto próximos dos realizados por Fischli/Weiss ou Roman Signer, têm sido uma característica do trabalho de João Onofre desde o início da sua carreira, por exemplo, com Untitled (we will never be boring), 1997», diz-nos Jacinto Lageira no texto «Uma linguagem quase sem palavras» de Jacinto Lageira, 2020.
A Programação semanal da mostra de vídeos da exposição de João Onofre para o mês de outubro é a seguinte: filme Making of, 2004 (30/09 a 05/10); filme Untitled (vulture in the studio), 2002 (07/10 a 12/10); filme Tacet, 2014 (14/10 a 19/10); filme GHOST, 2009-2012 (21/10 a 26/10); filme Untitled (Sun 2500), 2010 (28/10 a 02/11). No âmbito desta exposição, acontecerá no dia 29 de outubro uma conversa com o artista, às 18h, dentro do programa Conversas na Galeria.
- 1. Casa da Cultura – Rua Detrás da Guarda, 26 a 34 Setúbal 2900. Horário: domingo a quarta-feira, das 10h às 22h e quinta-feira a sábado, das 10h às 0h.
- 2. Casa Manuel Guimarães – Alexandre Herculano 2300, 2300 Tomar. Horário de verão (até 30 set.): quarta a sexta, das 14h às 18h e sábados e domingos, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Horário de inverno (a partir 1 out.): quarta a sexta, das 14h às 17h, e sábados e domingos, das 10h às 12h e das 14h às 17h.
- 3. Estrada Nacional 10 – Paivas (Amora), 2845-391 Amora – Seixal.
- 4. Pavilhão Julião Sarmento – Avenida da Índia 172 1400-038 Lisboa. Horário: terça a domingo, das 11h às 19h.
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