Em tempos de avanços assustadores na área da Inteligência Artificial, Rosa Dias volta até Pinóquio e resgata a imagem do criador e da criatura para falar da relação do ser humano com a tecnologia. A inspiração do clássico é livre, mas traz consigo o nome das personagens, como GPTO e Pi.
«Para medir um círculo, começa-se num ponto qualquer. E para medir uma pessoa, por onde começar? Pelos pés, mãos, umbigo ou cabeça?», lê-se na sinopse do Teatro Estúdio Fontenova que tenta descobrir qual é a função que calcula um ser humano, assim como Πr² (Pi) calcula a área do círculo.
A metáfora confronta os factores físicos e da consciência que configuram o homem, como a sua «altura, peso, mobilidade, os seus órgãos, pêlo, voz, cabelo, idade, racionalidade, emotividade, identidade». Pi e GPTO, cada uma com a sua existência particular, tentam medir-se por estes e outros valores.
O Erro de GPTO ou As Mentiras de Pi também carrega uma componente sobre género, tanto a autora Rosa Dias, como o intérprete Ren D-Marcus são pessoas trans. O monólogo, encenado por José Maria Dias não foge ao debate e estende a discussão sobre o que afere um ser humano para as dinâmicas de género.
O Teatro Estúdio Fontenova estreia a peça esta sexta-feira, dia 14 de Novembro, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal e fica em cena até 23 de Novembro. Ainda no âmbito do espectáculo, Rosa Dias lança o livro homónimo com o texto da peça na Livraria Culsete, no dia 15 de Novembro.
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