Já vai longa a luta dos trabalhadores pela permanência desta empresa estratégica na esfera pública. Em Julho de 2020, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que nacionalizou a Efacec, com base na «natureza transitória da intervenção», ou seja, de logo a devolver ao sector privado após a injecção de recursos públicos. Condicionalismo que os trabalhadores rejeitam e que levou inclusivamente o PCP a pedir a apreciação parlamentar do diploma do Governo.
Entretanto, têm sido várias as acções desenvolvidas para travar nova alienação da empresa e exigir a compra de material e a demissão da administração da empresa, a última das quais no passado dia 11 de Novembro. Hoje, a par da greve, os trabalhadores voltam a concentrar-se junto à portaria do Polo da Arroteia, em Matosinhos, entre as 14h e as 16h.
No início do mês, em declarações à Lusa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) Miguel Moreira defendeu que, enquanto dono da empresa, o Estado deve assumir o seu controlo «com transparência» e comprar matérias-primas para pôr a Efacec a trabalhar e assim satisfazer as encomendas que tem em carteira.
A Efacec é a última grande empresa de metalomecânica e eletromecânica que resistiu no nosso país, apesar da política de sucessivos governos de desvalorização da produção nacional.
Trata-se de um grupo industrial que reúne meios de produção, tecnologias e competências técnicas para desenvolver as suas actividades nos domínios das soluções de energia, engenharia, ambiente, transportes, automação e mobilidade eléctrica, com uma rede de filiais e agentes em vários países, nomeadamente no Reino Unido, França, Espanha, Dinamarca, EUA, Brasil, Argentina.