|Hotelaria e turismo

Trabalhadores em luta no Amendoeira Golf Resort

Os trabalhadores convocaram uma greve para 9, 10 e 11 de Setembro, para exigir a negociação das suas propostas, nomeadamente o aumento salarial mínimo de 90€, com efeitos a 1 de Janeiro.

Amendoeira Golf Resort, em Alcantarilha, Armação De Pêra, Algarve 
Créditos / gites

Os trabalhadores consideram inaceitável que a administração se recuse a negociar, «tendo em conta a perda de poder de compra dos últimos anos, o brutal aumento de custo de vida e a enorme degradação das condições de trabalho que se está a fazer sentir».

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Turismo: faltam trabalhadores porque não há condições de trabalho

Sem descurar a possibilidade de trabalhadores de outros países virem para Portugal, o que é preciso é fazer uma análise aos motivos que estão na base da falta de mão-de-obra no sector.

No Algarve, entre Janeiro e Novembro de 2016, comparando com igual período do ano anterior, o Turismo registou um crescimento de 10,2% de hóspedes, 8,9% de dormidas e 19,4% de proveitos
TwitterCréditos

O Sindicato da Hotelaria do Algarve (CGTP-IN) denuncia o patronato do sector por este considerar que a falta de trabalhadores se resolve através da angariação de trabalhadores no estrangeiro.

Para o sindicato, o que está a afastar os trabalhadores do sector do Turismo é «a conjugação de vários factores», nomeadamente os baixos salários (na maioria das contratações, paga-se o Salário Mínimo Nacional ou pouco mais do que isso), o bloqueamento da contratação colectiva e a estagnação das tabelas salariais.

Por outro lado, os horários de trabalho estão cada vez mais desregulados, com longas jornadas de trabalho que não permitem conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar, para além de se verificar o desrespeito pelos períodos de descanso ou a dificuldade em marcar e gozar as férias.

Em nota, a organização sindical aponta ainda a imposição de horas extras, com trabalho em dias de folga, nos feriados, fins-de-semana e à noite, com um grande número de empresas a não pagar ou a pagar mal o trabalho suplementar, o trabalho nocturno e o trabalho prestado em dias de descanso e feriados.

A maioria das empresas instituiu a compensação em dias de descanso, mas depois os trabalhadores não os conseguem gozar por não lhes ser permitido ou, quando lhes é permitido, é a empresa que define as datas, sem ter em conta as necessidades ou a vontade dos trabalhadores, denuncia o sindicato.

Entre outras questões, o sindicato chama também a atenção para o encerramento dos estabelecimentos nas épocas baixas e a quebra do rendimento dos trabalhadores, com a Segurança Social a pagar os salários, através da concessão de subsídios de desemprego, bem como para o «aumento do assédio laboral e da repressão, principalmente, sobre quem exige o cumprimento dos direitos e a melhoria dos salários e das condições de trabalho».

Para um turismo de qualidade, sublinha o Sindicato da Hotelaria do Algarve, é indispensável valorizar o trabalho e os trabalhadores, garantindo-lhes maior protecção, a efectivação dos direitos sindicais na empresa, justos níveis e diferenças salariais, valorização dos salários e do trabalho aos feriados e a dinamização da negociação colectiva, entre outros aspectos.

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O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve (SHA/CGTP-IN) sublinha que os trabalhadores do Amendoeira Golf Resort, em Alcantarilha, decidiram, em plenário, marcar esta greve, reivindicando «o vencimento mínimo base de entrada nos 850 euros, a integração no quadro de efectivos de todos os trabalhadores com vínculos precários que respondem a necessidades permanentes e a redução do período normal de trabalho para as 35 horas semanais, sem redução da remuneração».

Os trabalhadores defendem ainda a atribuição de 25 dias úteis de férias, sem condicionalismos, a valorização do trabalho prestado aos fins-de-semana, através do pagamento de um acréscimo de 25% sobre a retribuição normal e a atribuição de 25% de descanso suplementar pelo trabalho prestado em dia de descanso semanal e dia feriado.

O SHA afirma que «os patrões queixam-se de falta de mão-de-obra mas pretendem aumentar ainda mais a brutal exploração já existente. É para isso que querem os trabalhadores estrangeiros. Para os explorar ainda mais».

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