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Trabalhadores da Base das Lajes sem salários: CGTP-IN exige intervenção do Governo

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes dos Açores denunciou a grave situação de incumprimento salarial que afecta centenas de trabalhadores portugueses ao serviço das Forças Armadas dos Estados Unidos da América na Ilha Terceira.

A comandante da 65th Air Base Group discursa na cerimónia conjunta do exército português com o destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos da América, na inauguração oficial de uma zona de aterragem permanente na Base das Lajes, Ilha Terceira, Açores, 21 de Outubro de 2020 
CréditosAntónio Araújo / Agência Lusa

Segundo o sindicato, os trabalhadores foram confrontados inicialmente com cortes e interrupções nos salários, situação que evoluiu para a falta total de pagamento. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes dos Açores (SITACEHTT/CGTP-IN) considera o caso «inaceitável e sem enquadramento legal», sublinhando que o problema tem causado forte impacto económico e social nas famílias, com dificuldades em pagar rendas, contas e sustentar os filhos.

O sindicato acusa ainda a entidade patronal norte-americana de criar um clima de instabilidade e medo, agravado pela lentidão e ineficácia dos mecanismos de resolução de conflitos previstos no Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA.

Face à crise, o SITACEHTT-Açores exige a intervenção imediata do Governo da República, pedindo que o Estado português assuma o pagamento dos salários em atraso através de um mecanismo temporário de compensação, a ser reembolsado posteriormente pelas autoridades americanas — uma solução semelhante à aplicada pela Alemanha e Espanha em situações idênticas.

Para a estrutura sindical, o período de não pagamento não deve prejudicar os direitos laborais dos trabalhadores e apela, desta forma, à revisão imediata das tabelas salariais, de modo a garantir que nenhum trabalhador receba menos do que o salário mínimo regional, com aplicação retroactiva dos aumentos anuais.

A par desta questão, o sindicato reivindica também a implementação de um plano de medicina no trabalho, em conformidade com a legislação portuguesa, e a retoma urgente das reuniões da Comissão Laboral e Bilateral. Para o SITACEHTT, é igualmente essencial assegurar a defesa dos postos de trabalho portugueses e o cumprimento integral do Regulamento do Trabalho, garantindo prazos de resposta justos e eficazes nos processos de conflito.

«O Estado português tem a obrigação inadiável de proteger os seus cidadãos. A dignidade e a estabilidade das famílias açorianas não podem ser moeda de troca em impasses internacionais», afirma o comunicado conjunto.

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