Trabalhadores da Aptiv voltam à greve por «aumentos salariais dignos»

«Depois das quatro greves de Fevereiro, os trabalhadores pararam a produção da empresa entre os dias 9 e 13 deste mês, como uma adesão média, entre os vários turnos, na ordem dos 90%», lê-se em comunicado.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) refere que, em plenários, se discutiu «a manutenção da luta, face à intransigência da administração de uma empresa que ocupa o sexto lugar na tabela dos maiores exportadores de 2022, segundo dados tornados públicos, com um nível de facturação de milhões de euros, com uma produção para este ano, acima da média».

«O braço-de-ferro dá-se com a proposta intransigente da administração de aplicar aumentos salariais de 5,4%, valor que é muito abaixo do prejuízo que os trabalhadores têm tido», denuncia a estrutura sindical, que aponta o valor da inflação do mês de Fevereiro de 2023 – 8,6%, segundo o INE –, bem como «a especulação nos preços da energia, da habitação e dos bens alimentares de primeira necessidade».

Neste sentido, os trabalhadores não só não aceitam a proposta da empresa, «como consideram obsceno que uma multinacional com tantos milhões de lucros para os accionistas beneficie de dinheiro público quando deixa os seus trabalhadores a viver com salários indignos», afirma o SITE Norte.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, conta-se um aumento salarial mínimo de 100 euros, de modo a poderem fazer frente à perda de poder de compra; o acrescento de uma quinta diuturnidade e a sua aplicação a todos os trabalhadores; a redução dos horários de trabalho em 30 minutos, sem perda de retribuição, de forma a atingir as 35 horas semanais; o fim da sexta noite de trabalho para o turno da noite.

A multinacional norte-americana, com fábricas em Braga e Castelo Branco, e um centro de manufactura em Lisboa, presta serviços para diversas marcas do sector automóvel.