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Trabalhadores da Aptiv voltam à greve por «aumentos salariais dignos»

Se se mantiver a «intransigência da administração», os trabalhadores da Aptiv em Braga vão fazer greve nos dias 24, 26 e 27 de Março, informa o SITE Norte.

Trabalhadores da Aptiv em greve a 9 de Fevereiro de 2023 
Créditos / SITE Norte

«Depois das quatro greves de Fevereiro, os trabalhadores pararam a produção da empresa entre os dias 9 e 13 deste mês, como uma adesão média, entre os vários turnos, na ordem dos 90%», lê-se em comunicado.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) refere que, em plenários, se discutiu «a manutenção da luta, face à intransigência da administração de uma empresa que ocupa o sexto lugar na tabela dos maiores exportadores de 2022, segundo dados tornados públicos, com um nível de facturação de milhões de euros, com uma produção para este ano, acima da média».

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Trabalhadores da Aptiv não desistem da luta

Realizou-se ontem o terceiro dia de greve nas instalações da Aptiv em Braga, contando com a adesão de 85% dos trabalhadores. O SITE Norte/CGTP-IN denuncia a «pressão e coacção» exercida pela administração.

Créditos / Site Norte

O caderno reivindicativo é extenso, mas nem por isso perde a sua premência. Os trabalhadores da Aptiv em Braga estão em luta por um aumento salarial mínimo de 100 euros para todos, sem discriminação; o acrescento de uma quinta diuturnidade e a sua a aplicação a todos os trabalhadores, algo que a administração da empresa roubou em 2013; assim como a redução em 30 minutos dos horários de trabalho e o fim dos turnos ao Sábado à noite.

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Três anos nas mesmas funções não é trabalho temporário

A precariedade pode ser tradição na Preh Portugal, mas os tribunais vão obrigar a empresa a contratar uma trabalhadora que, ao longo de três anos, laborou em sucessivos contratos mensais de trabalho temporário.

Créditos / Fiequimetal

«A trabalhadora em causa exerceu funções na Preh Portugal, durante quase três anos, sempre através de sucessivos contratos de trabalho temporário, de duração semanal ou mensal, sem nunca ter tido um vínculo expresso com a Preh», explica, em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).

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Greve na Preh contra jornada de dez horas ao sábado

Os trabalhadores da Preh, na Trofa, cumprem hoje o primeiro dia de greve em resposta às «provocações e intransigência» da empresa, pelo aumento dos salários e o fim do trabalho aos sábados.

Concentração de trabalhadores realizada hoje à hora de almoço
Créditos / SITE NORTE

Em declarações ao AbrilAbril, Miguel Ângelo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN), afirmou que «a greve dá continuidade à luta desenvolvida a 8 e a 23 de Março».

Tal como nos anteriores protestos, a greve de hoje está a ter uma forte adesão, com pertubações na produção. Esta varia entre uma hora ou hora e meia por turno, dependendo do dia em causa, entre os quais hoje, 14, 19 e 21 de Abril.

O dirigente afirmou que os trabalhadores decidiram continuar os protestos face à intransigência da administração e à recente proposta para transformar os dois sábados mensais de trabalho, de cinco horas cada, num único sábado com dez.

Em causa está a imposição da Preh que obriga os trabalhadores a laborarem ao sábado para compensar as pausas para refeição durante a semana. Para os trabalhadores, que têm exigido o fim do trabalho ao sábado e da desregulação dos horários, a proposta foi encarada como «uma provocação» pela empresa que «lançou achas para a fogueira».

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem ainda o aumento dos salários em 4% e o pagamento do complemento nocturno das 20h às 22h para todos os trabalhadores, ao invés da actual discriminação salarial.

O sindicato denuncia ainda o elevado índice de precariedade na empresa, acima de 50%, num universo de cerca 600 trabalhadores, classificado como um abuso. «Não fosse o abuso da empresa na contratação com vínculos precários, acima dos 50%, teríamos a maioria desses jovens a engrossar a luta, pelos seus próprios direitos e pelos direitos de todos», lê-se num comunicado aos trabalhadores.

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O despedimento da operária, após três anos a exercer, precariamente, um posto de trabalho efectivo, foi contestado em tribunal com o apoio do SITE Norte. O vínculo da trabalhadora com a Preh Portugal era intermediado por uma empresa de trabalho temporário.

A acção da trabalhadora e do seu sindicato, para impugnar o despedimento, deu entrada em Abril de 2022 e a sentença foi emitida na semana passada: para além de pagas as custas do processo, a Preh Portugal é obrigada a reintegrar a trabalhadora, com um contrato efectivo, sem prejuízo da sua categoria e antiguidade.

A Preh foi igualmente sentenciada a «pagar à trabalhadora os salários intercalares (desde 30 dias antes da data da instauração da acção até ao dia do trânsito em julgado da sentença)».

As empresas de trabalho temporário são frequentemente usadas pelas empresas para evitar ter que estabelecer contratos de trabalho, poupando dinheiro aos patrões e roubando salários, benefícios e segurança aos trabalhadores.

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Outra das exigências nesta unidade fabril é a passagem «a efectivo de todos os trabalhadores que ocupem postos de trabalho permanentes há mais de seis meses», uma questão da mais elementar justiça, considera o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).

A acção de luta realizada no dia 16 de Fevereiro, com uma adesão de 85%, foi o terceiro dia de greve na empresa neste mês, decididas pelos trabalhadores em plenário após a empresa se recusar a negociar com os seus funcionários. O sindicato lamenta que, face ao conflito existente, a administração «opte por pressionar e coagir trabalhadores em vez de responder aos seus problemas».

É inaceitável, considera o SITE Norte, «a chantagem exercida sobre os trabalhadores precários que, ainda que percebendo a fragilidade da sua condição, têm aderido ao seu direito constitucional de fazer greve». «As práticas coercivas demonstradas pela Active, não são recentes e provam que mais do que procurar soluções para os problemas sentidos, a empresa opta por inflamar ainda mais o conflito social».

O SITE Norte «mantém aberta» a porta à negociação, mas deixa o aviso: os trabalhadores mantém a mesma «disponibilidade de continuar a sua luta».

Em Portugal, a multinacional emprega cerca de 1 600 pessoas nas suas fábricas em Braga e em Castelo Branco, assim como num centro de manufactura em Lisboa. A empresa presta serviço a marcas como a Audi, Porsche, BMW, Ferrari, Volkswagen, Fiat e a Volvo.

Ao Jornal de Negócios, em 2018, a empresa destacou o seu crescimento «assinalável»: «só nos últimos dois anos a Aptiv duplicou as vendas, tendo como objectivo atingir os mil milhões de euros até 2023».

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«O braço-de-ferro dá-se com a proposta intransigente da administração de aplicar aumentos salariais de 5,4%, valor que é muito abaixo do prejuízo que os trabalhadores têm tido», denuncia a estrutura sindical, que aponta o valor da inflação do mês de Fevereiro de 2023 – 8,6%, segundo o INE –, bem como «a especulação nos preços da energia, da habitação e dos bens alimentares de primeira necessidade».

Neste sentido, os trabalhadores não só não aceitam a proposta da empresa, «como consideram obsceno que uma multinacional com tantos milhões de lucros para os accionistas beneficie de dinheiro público quando deixa os seus trabalhadores a viver com salários indignos», afirma o SITE Norte.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, conta-se um aumento salarial mínimo de 100 euros, de modo a poderem fazer frente à perda de poder de compra; o acrescento de uma quinta diuturnidade e a sua aplicação a todos os trabalhadores; a redução dos horários de trabalho em 30 minutos, sem perda de retribuição, de forma a atingir as 35 horas semanais; o fim da sexta noite de trabalho para o turno da noite.

A multinacional norte-americana, com fábricas em Braga e Castelo Branco, e um centro de manufactura em Lisboa, presta serviços para diversas marcas do sector automóvel.

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