|aumento dos salários

Seguradoras somam lucros, trabalhadores fazem «malabarismo» para chegar ao fim do mês

A perder poder de compra ao longo da última década, os trabalhadores da actividade seguradora exigem aumentos salariais de 90 euros. Entretanto, as seguradoras vêem os seus lucros crescer.

Créditos / jrs.digital/

Nem a pandemia afectou a trajectória de resultados da actividade seguradora, regista o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA/CGTP-IN), através de comunicado. 

No documento, o sindicato observa que os lucros alcançados pelas empresas seguradoras foi de 302 milhões de euros, passando para mais de 458 milhões de 2020, devendo voltar a crescer este ano, tendo em conta os lucros observados no primeiro semestre: 315 milhões de euros.

A «assombrosa» perda de rendimento que se tem verificado na actividade seguradora leva a uma aproximação do salário mínimo nacional (SMN), fruto da subida deste nos últimos anos, algo que o SINAPSA diz ser «inaceitável».

O sindicato afirma que, se os salários da actividade seguradora tivessem crescido com a mesma variação do SMN (47,78%), o valor salarial actual dos assistentes/escriturários corresponderia a 1556,29 euros, em vez dos actuais 1133. 

«A agravar a situação temos ainda de considerar a inflação acumulada no período de 2009 a 2021, que será de 14,65%, o que aumenta ainda mais a perda salarial dos trabalhadores de seguros», que «fazem malabarismos nos seus vencimentos para chegarem ao final do mês com dinheiro que lhes permita ter acesso aos bens essenciais».

A fim de combater a desvalorização dos salários dos funcionários dos seguros, a estrutura sindical reivindica «a instituição do salário mínimo de referência de 1150 euros, a atingir a curto prazo, de modo a contribuir para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores».

Para a concretização deste objectivo é necessário um aumento salarial de 90 euros (3 euros por dia) para todos os trabalhadores em 2022, com o sindicato a realçar que só assim será possível criar maior justiça social e dinamizar a procura interna, possibilitando desta forma o desenvolvimento da economia e a criação de emprego.

Estudos recentemente divulgados revelam que, para se aceder a bens e serviços que possibilitam uma vida digna, o salário líquido de cada membro de um agregado familiar (casal com dois filhos) deverá situar-se, pelo menos, em 1150 euros.

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