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Saint-Gobain Sekurit: «Um crime contra os trabalhadores e a produção nacional»

Com o anunciado encerramento da fábrica, Portugal perde o já pouco que restava da antiga Companhia Vidreira Nacional (Covina), privatizada em 1991 pelo governo PSD de Cavaco Silva.

Pancartas na concentração de trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit, em Sta. Iría da Azóia, contra o despedimento colectivo e o encerramento da actividade na empresa 
Pancartas na concentração de trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit, em Sta. Iría da Azóia, contra o despedimento colectivo e o encerramento da actividade na empresa Créditos / Feviccom

No total, são cerca de 200 os trabalhadores que vão perder os seus postos de trabalho: «130 do quadro de pessoal da Saint-Gobain Sekurit, mais cerca de 70 trabalhadores, de outras empresas prestadoras de serviços, sub-contratados», esclareceu ao AbrilAbril, Pedro Milheiro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV/CGTP-IN).

O processo de desmantelamento da antiga Covina é longo, levando agora a «machada final» se a multinacional Saint-Gobain levar avante a intenção de encerrar definitivamente a produção em território português. A fábrica seria convertida num armazém, sem necessidade de manter a mão de obra especializada.

Da privatização, rumo ao desmantelamento

A fábrica, situada em Santa Iria da Azóia, concelho de Loures, chegou a empregar mais de 1200 trabalhadores, antes da privatização, não restando hoje mais do que uma pequena fracção destes.

Para além dos sucessivos despedimentos, o desmantelamento da antiga empresa nacional foi rapidamente encetada pela multinacional, que mandou encerrar, em 2019, o «forno float que produzia chapas de vidro plano, o único forno no País que as conseguia produzir».

Sempre a pretexto de garantir o futuro da empresa, a Saint-Gobain avançou com um despedimento colectivo em 2013, a que se sucedeu o congelamento, durante três anos, dos salários. O plano, insistia a empresa, garantiria a sustentabilidade económica da produção do vidro automóvel em Portugal.

Finalmente, vários anos volvidos, a única fábrica de produção de vidro automóvel, que tem como seu principal cliente a Autoeuropa (Com uma das maiores receitas de sempre em 2020), anuncia a intenção de encerrar definitivamente, não obstante todos os sacrifícios impostos, ao longo dos anos, aos trabalhadores.

Da Setenave e Lisnave, da Sorefame à Siderurgia Nacional. A produção nacional não pode perder a Saint-Gobain Sekurit.

Ficou decidido anteontem, num plenário realizado à porta das instalações da empresa, reunir todos os dias, em concentração ou noutro tipo de acção, à porta da empresa, pelas 9h30, para «manifestar  a revolta e o descontentamento com a decisão da empresa».

O Presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), Bernardino Soares, reuniu ontem com estes trabalhadores, expressando a sua «total solidariedade e disponibilidade para ser uma força activa na tentativa de encontrar soluções e resolver este problema que foi criado aos trabalhadores desta empresa», afirmou Pedro Milheiro.

Consciente do papel fundamental que esta empresa representa para Santa Iria da Azóia, do concelho de Loures, e para o País, o Presidente da CML, «disponibilizou-se ainda para enveredar esforços junto do Governo para se encontrar uma solução» condigna.

A empresa decidiu, entretanto, mandar parar a produção, « com o objectivo de criar nos trabalhadores a sensação de que isto é uma decisão irreversível, de que nada há a fazer, para criar um efeito psicológico que os leve a desistir da luta e da resistência».

Os trabalhadores, contudo, estão determinados. «Esta é uma luta pela defesa dos nossos postos de trabalho e dos interesses do nosso País», assumindo-se preparados para impedir este «atentado contra os trabalhadores e as suas famílias, a produção nacional e a economia do País», pode ler-se no comunicado conjunto do STIV e da Feviccom/CGTP-IN (Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro).

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