Para as salas, a resposta às novas medidas decretadas pelo Governo resultaram, sobretudo, em cancelamentos de espectáculos ou ajustamento de horários, revelando-se «o cabo dos trabalhos», para companhias como os Artistas Unidos, que já levam três semanas a refazerem horários e programação.
Para o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) Rui Galveias, o facto de os espectáculos culturais não estarem abrangidos pelas excepções em vigor para o próximo estado de emergência, «piora um bocado a situação dos artistas», perante o «problema de fundo», que «é estrutural».
Rui Galveias recorda que os trabalhadores do sector, na sua maioria, se encontram em situação informal ou a recibos verdes, «e continuam sem os apoios essenciais» que o sindicato tem vindo a reclamar desde Abril.
O sector está numa situação de «pobreza extrema» e a grande urgência reside na «tomada de medidas para o presente», sublinhou.
A discussão do estatuto do artista, em curso com a tutela, «é importante», mas é uma «questão de futuro» e não resolve os «problemas gravíssimos» que existem no presente, frisou.
O CENA-STE reclama ainda o pagamento das dívidas aos artistas no âmbito das medidas para minimizar o impacto da Covid-19, no sector da Cultura, razão pela qual se reunirá amanhã com a tutela, referiu.
O Governo rectificou ontem o decreto que regulamenta o estado de emergência para retirar as deslocações a eventos ou equipamentos culturais da lista de excepções à proibição de circulação nos períodos de recolher obrigatório ao fim-de-semana e feriados.